NO EMBALO DO PRECONCEITO

Não há como arrancar o preconceito escondido bem no íntimo de cada pessoa. Acreditar que preconceito só tem quem o expõe é renegar-se a si mesmo. Há quem deixe claro que não tem paciência com idoso irrita-se com a demora para fazer as coisas e diz que lugar de velho é em casa. Preconceito! Ou apenas uma opinião dada num momento de impaciência. Ouve-se falar que negra que só namora branco tem preconceito com a etnia. Será? Que tal pensar que ouve afinidades não encontradas no negro, existe a química que nem os mais estudiosos explicam. Então vamos classificar a negra de racista? Preconceito só se torna uma palavra muito abrangente quando queremos justificar a atitude do outro. Na verdade o ser humano é preconceituoso dentro de um contexto, exemplo o ídolo de futebol negro admirado idolatrado nos campos. Por razões que até mesmo o indignado desconhece chama o ídolo de macaco. E indo no embalo do preconceito inúmeras pessoas repetem como a um hino ofensivo. Jogam banana, acham graça, vira o assunto do ano e acontecem discussões, há punições, precisa-se de um bode expiatório. Na verdade mostrar que estão fazendo alguma coisa que o país não admite: preconceito nos estádios. Pronto, resolvido o problema, achou-se uma culpada, punida banida e acabou... Saindo dali esses mesmos que fizeram coro nas ofensas voltam para suas casas seus amigos negros, suas namoradas negras, seus filhos negros. Naturalmente algum amigo também negro fez parte do preconceito escondido, não se considerou racista, pois também é negro. Acontece que o preconceito existe dentro de qualquer ser humano alguns são explícitos outros dissimulam por vergonha, mas os tem. Esse aflorado em grandes massas, em alguns momentos, sem explicação, simplesmente aconteceu. “Fui no embalo”...Ponto.

RÔCRÔNISTA
Enviado por RÔCRÔNISTA em 17/12/2015
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