Dançarina
Você, menina dos cabelos roxos... Que tropeçou em mim tempos atrás, novamente volta a chamar-me atenção. Seria os cabelos? Seria as delicadas mãos? Não em mim, não à mim. Talvez sim sua brutalidade em ser tão natural, brutalmente sorridente o suficiente pra invadir-me as decoradas intuições. O suficiente para acariciar-me as mãos discretamente em publico, e posar à mim no sagrado. Capitu, talvez... Ja lestes? Fotografo-te mentalmente, sei que gostas quando invade meus olhos e eu entendo ali que dama como tal merece ser tirada para dançar, ainda que eu não acompanhe seus dotes tão elegantes, proponho-me a aceitar seus olhos dissimulados enquanto eu nem percebo que conduziste-me a tirar tua roupa. Bailamos neste bar, que agora estamos só nós, um copo, o maço de cigarro barato, esse halito misturado com toda minha vontade de ver-lhe, meu deus, dançar tão suavemente... Acalmando-me enquanto sei que só sorri, mas no primeiro momento, quando entrei neste bar fizeste o mesmo, e eu estou aqui, enxergando as alças do teu sutiã caindo do balcão enquanto acendo meu cigarro. Foi uma bela dança, senhorita, conceda-me outras.