O Irônico Fim do Papel Amassado
Surge uma idéia. A partir daí ela é mentalmente elaborada, apreciada e então... descartada. Não era uma idéia tão boa assim, pra falar a verdade, era bem ruim, tanto que, nem cheguei a escreve-la.
Então, me ponho novamente a pensar, buscando, no canto mais escondido da mente, aquela centelha de inspiração que inflama a criatividade e libera as ideias mais mirabolantes. Neste momento, se reinicia o processo, de elaborar, apreciar e... desta vez, escrever.
O papel se torna uma planície, que, pouco a pouco, vai sendo tomada por rios de grafite, indomáveis como os pensamentos que os conduzem e que, de tamanha a sua fúria, necessitam, volta e meia, ser contidos por barragens emborrachadas. Após, esta catarse criativa, temos o texto, aterrado nesta planície de papel.
Por fim, praticamente, se repete o processo utilizado para avaliar a ideia que deu vida ao texto, agora, para avaliar o mesmo. Confiro a elaboração, a aprecio e então... amasso o papel.
Entre a centelha e o produto final, a essência da idéia se foi, perdida em algum lugar entre a mente e o grafite. E, nessas ironias que o destino nos reserva, se torna este amassado papel, a centelha que inspira um novo texto por onde flui um novo rio, em uma nova planície de papel.