Os Agentes da Esperança

Atualmente, enfrentamos o momento de maior tensão geo-política desde a Guerra Fria. A crise migratória e a constante ameaça terrorista (relembrada pelos atentados do último dia 13) são frutos dos jogos de poder e dinheiro protagonizados pelas grandes potências ocidentais desde a revolução industrial e pelos conflitos históricos do Oriente médio. Em meio a promessas e ameaças, se configura a sequência do movimento que existe desde os atentados do 11 de Setembro: A Guerra ao Terror.

Uma guerra que surgiu para defender os interesses das grandes nações ocidentais e que pouco faz em relação a população dos países em zona de conflito. Não me parece, de forma alguma, uma solução, já que, historicamente, os conflitos no oriente médio costumam resultar em mais conflitos. O povo árabe não necessita de mais violência. Necessita de esperança.

Há pouco mais de um ano, para mim, o maior sinônimo de esperança para o Oriente médio ocorreu. Malala, uma garota muçulmana, que enfrentou todas as imposições de sua sociedade em busca do direito de ir a escola, ganhou o Prêmio Nobel. Um reconhecimento mais do que merecido por sua luta que inspirou uma geração e que quase lhe custou a vida.

A esperança é a maior arma contra a tirania, autoritarismo e preconceito, pois é ela que pode, verdadeiramente, vence-los, a medida que conquista o imaginário das pessoas. Conquistar o imaginário é conquistar o mundo e é através deste processo que parte do indivíduo para o coletivo, do micro para o macro, que a sociedade é transformada.

Figuras com essa capacidade sempre foram perseguidas (Jesus, Gandhi, Luther King, Malala...)

Questionar dogmas, costumes e imposições incômoda aqueles que baseiam suas ideologias nos mesmos, as tendo como inquestionáveis e por isso reagem com violência. Porém essa é a tarefa do indivíduo que não se conforma com aquilo que vê de errado a sua volta. Lutar pelo seu ideal, questionar e ser um agente transformador na micropolítica do dia e então, um agente da esperança.