DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA E DA INCONSCIÊNCIA HUMANA

A História deu e ainda dá motivos para reflexões sobre a questão da discriminação racial. Sabe-se que a diferença (irracionalmente) atribuída e desrespeitada entre humanos é a grande porta de entrada da violência na vida das pessoas, em geral. Embora diferentes, somos todos iguais.

Em 2003 foi criado o Dia Nacional da Consciência Negra e celebrado em 20 de novembro, por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, acontecida no ano de 1695. A instituição da referida data deu-se em 2011, pela Lei 12.519, cuja intenção seria a de promover reflexões sobre as barbáries cometidas contra os negros, quando de sua escravidão no Brasil. Todavia, a atualidade persiste mostrando situações de discriminação racial neste país e no restante do mundo.

Não raro, veem-se estampados, em jornais e revistas, fatos de racismo e de discriminação cometidos contra pessoas que têm a pele negra.

Nos últimos dias tenho lido alguns escritos sobre o tema, os quais pregam que não há necessidade de um dia desta ou daquela consciência, mas, que há, sim, a necessidade de 365 dias de consciência humana. Exato. A Consciência Humana urge sobre a terra. Se assim o fosse, não precisaríamos de reflexões sobre atos acontecidos de discriminação de qualquer espécie.

As pessoas não têm o direito de ferir outrem e as emoções não podem ser desencadeadas por meras aparências. Em vez de desviarem os olhos de tais acontecimentos dolorosos, é preciso que os olhares estejam direcionados diretamente à realidade e que ela seja enxergada, sem subterfúgios.

E aqui nos vêm à mente homens e mulheres que se explodem e matam gente. Pífias são as razões que dão como grandes motivos. Desde raciais a religiosas.

Questões desumanas, chamadas de raciais, estão espalhadas no universo habitado pelos homens.

Os últimos acontecimentos chamam a atenção pela crueldade desenfreada que assola o mundo. Vidas são ceifadas, deixando marcas indeléveis em nossa cultura.

Nossos olhos modernos já acham antiquada a noção de virtude. O ser humano deve ser bom por princípio e isso nada tem a ver com submissão, servilismo e/ou beatice.

É comum hoje (e sempre o foi) o mal sobrepor-se ao bem. Mesmo em pequenas atitudes cotidianas, a confusão interior faz com que a maldade pessoal prevaleça, subjugando significativas opções morais.

As convenções sociais são passíveis de desconfianças. Dar-se apoio, individualmente, ao que promove sentido de justiça e de humanidade é o que traz real proveito para a comunidade humana. Cada um deve estabelecer dentro de si o critério de respeito pelo semelhante e, antes de tudo, confiar naquilo a que se propõe e o colocar em prática.

Assim não sendo, a maldade tende a crescer vertiginosamente, não permitindo que cada um esteja atento a suas convicções e seus impulsos.

Em resumo, todo e qualquer dia é tempo de se praticar a essência do respeito pelo outro e, consequentemente, promover o igualdade entre os seres, sem distinção. Esta seria a verdadeira consciência humana e não precisaria ser cobrada pelo calendário.

21.11.2015

Dalva Molina Mansano
Enviado por Dalva Molina Mansano em 21/11/2015
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