OUVINDO COM O CORAÇÃO

Há tempos, li em algum lugar o seguinte texto: 

"O que as pessoas mais desejam é alguém que as escute de maneira calma e tranquila. Em silêncio. Sem dar conselhos. Sem que digam: “Se eu fosse você”. A gente ama não é a pessoa que fala bonito. É a pessoa que escuta bonito. A fala só é bonita quando ela nasce de uma longa e silenciosa escuta. É na escuta que o amor começa. E é na não-escuta que ele termina. Não aprendi isso nos livros. Aprendi prestando atenção.''

Esse texto me chamou a atenção porque é algo que tento evitar. Já reparou como a gente, ao ouvir uma história de outra pessoa, tem a tendência de puxar o foco pra nós mesmos? Sempre, egocêntricos que somos, achamos uma história parecida pra contar também! Num bate-papo informal, isso é até perdoável (desde que moderadamente...). Mas quando a pessoa vem até você para um desabafo, procurando um ombro amigo, procure concentrar-se no que está sendo dito. Não fique tentando adivinhar o que vem depois! Não fique preparando uma resposta! Não escute, somente, mas ouça de verdade! Resista à tentação de contar o que aconteceu com você, mesmo que seja uma situação parecida. Outro dia você conta. Depois. Agora, aquele momento é do outro. Ele veio a você procurando um ouvinte, não um falante. Deixe-o desabafar. Se ele pedir conselhos, evite dá-los. Por mais bem intencionados que estejamos, a vida é do outro. É ele quem tem que decidir o que é melhor pra sua vida. Quando insistem comigo, eu digo: "só posso te dizer o que eu faria; mas você é outra pessoa, com outra vivência e outra realidade; não há como eu ou qualquer outra pessoa fazer isso por você".

Ouvir é ainda mais difícil com as pessoas mais íntimas, pois achamos que já as conhecemos o suficiente e podemos sair falando o que quiser. Não podemos. Não toda hora. Preste atenção. Aquela conversa pode ser importante pro seu filho, pra sua esposa, pro seu pai, pro seu amigo... Não esteja ocupado demais para ouvir. Para OUVIR! Amanhã, pode ser tarde demais para o seu arrependimento. Não critique, não censure, não julgue, não brigue. Apenas ouça. Com os ouvidos e com o coração. 
Rosa Pinho
Enviado por Rosa Pinho em 03/11/2015
Reeditado em 03/11/2015
Código do texto: T5436334
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