O ritmo de cada um

Voltando pra casa, caminhando sob um sol escaldante, num calor implacável, em plena hora do rush, no tumulto de uma zona comercial intensa, desviando-me das pessoas e tentando chegar logo em casa, ocorreu-me essa analogia...

Nos grandes centros urbanos, ao andarmos por vias muito movimentadas, muitas vezes nos deparamos com pessoas que andam lentamente e atrapalham nossa caminhada. Como nos exasperamos! Quem nunca resmungou (e até xingou interiormente) ante os mais vagarosos? Quem nunca mordeu a língua para não falar algo de que se arrependesse? Quem nunca teve vontade de fazer um "boliche humano" e tirar aquelas pessoas lentas da sua frente? Atire a primeira pedra...

Mas e quando é o contrário? Quando nós é que estamos sem pressa e somos "atropelados" pelos apressadinhos? De novo, egoístas que somos, reclamamos do comportamento alheio. Dificilmente olhamos para o outro com olhar benevolente, desculpando o vagar ou a pressa, eis que lhes desconhecemos os motivos. Damos como certo, como obrigação do outro, o ritmo igual ao nosso.

Da mesma forma, na vida, esquecemos que cada um de nós está num estágio evolutivo diferente, almeja coisas diferentes, apreende e compreende tudo de modo diferente do nosso. Não nos cabe apressar ou retardar o passo alheio. Cabe-nos sorrir, entender, aceitar, ajudar. Um minuto que se "perca" diminuindo o passo para acompanhar o irmão mais lento, que "atravanca" nossa jornada, pode corresponder a anos de avanço mais adiante. Observar e tentar acompanhar o irmão que já está mais adiantado, por sua vez, pode nos ser útil, acelerando nosso aprendizado.

Tudo e todos têm seu próprio tempo. Saibamos entender isso e, principalmente, compreender que tudo vem sempre a tempo...
Rosa Pinho
Enviado por Rosa Pinho em 24/10/2015
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