O homem que nunca amou

Nunca deu um beijo que lhe tirasse o fôlego

Nunca foi arrebatado pela loucura de um sonho

Nunca foi sufocado pela saudade de um abraço

Nunca foi consumido e incinerado de paixão

Nunca fez parte do inteiro de alguém ou foi partido ao meio pela sua metade que deu

Nunca se afogou em prantos ou perdeu o ar em risos

Nunca um objeto despertou suas memórias e nem teve o esforço de esquecer o que perdeu

Nunca foi arranhado pela ansiedade de um carinho

Nunca teve seu corpo corrompido de desejo

Nunca teve um sentimento que merecesse ser espelhado e imortalizado em uma gestação

Nunca se perdeu em delírios de um futuro, nem se encontrou no reflexo de um olhar

O homem que nunca amou

Sua história não escreveu

Assistia tudo à distância sem ser visto

Enquanto lentamente pela vida, morria

Fernando Paz
Enviado por Fernando Paz em 04/10/2015
Código do texto: T5404607
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