A TRISTEZA DA ROSA

O sol desta manhã de março, aqui por estas plagas, tem um brilho diferente dos sois dos outros meses do ano. O sol, tem luz, porem, o calor é mais ameno, não tosta, não arde, nem queima tanto e, até a vida corre mansa, quieta, tranquila e serena. E O sol vai por ai, dourando tudo, mas, com as rosas é mais ameno, até, um pouco generoso. Chega bem perto, as ilumina, e não se mostra assim, tão forte, até, parece mais gentil, menos poderoso. E, uma coisa me chama a atenção: os espinhos, que juntamente, com as belas e delicadas rosas, nascem, aos meus olhos parecem menos agudos, Até, o vento, é mais manso, mais delicado e leve, passa pelos jardins, entre as rosas, apenas, espalhando, um perfume suave pelo ar.

E aqui, neste meu antigo lugar, vou apreciando as flores, em especial, as rosas, que enfeitam este jardim e dentre tantas, a mais bela, a mim, triste, parece... e, observo que, tão triste, nem percebe o belo, beija-flor que a corteja... voa, alça vôo, desiste e vai embora...E a rosa, ali na roseira, bem perto daquela janela, fica quieta, como se estivesse a espera de quem, com ela, todos os dias, dividia com o Rei Sol, o brilho que expande pelo planeta, Mas, tudo indica que o sol desta manhã, para a triste rosa, o brilho que a luz todas as manhãs, irradia, hoje, para aquela rosa, não existe mais...

A tarde, pelo jardim e sobre os roseirais. uma borboleta flutua. E a tristeza da rosa é, neste instante, é mais profunda. E a rosa, de todas as flores, rainha, chora... de tristeza, a rosa em si, já não cabe...mais. E o poeta, que a tudo assiste com os olhos da alma, ergue-se, do seu aprazível, silencioso, belo observatório e diz a si mesmo:

--Ora, essa, se vejo, aprecio e ouço estrelas, com certeza, entendo e falo com as rosas!

E, bem de vagar, gentilmente se aproxima da rosa, e com seu jeito amigo e solidário, quase timidamente, afaga delicadamente, as pétalas da triste rosa, e, afastando um pouco a realidade, entre sonhos e fantasias, fala a rosa triste e a ela revela: Que no reino encantado de onde veio e mora, hoje bem cedinho, no jardim do seu castelo, encontrou a mesma fada, de mãos habilidosas que cuidando das rosas com carinho, lhe confidenciou, que até, a semana passada, de um outro jardim cuidava, e que feliz agora, também se acha, cuidando de outras rosas que, estavam sendo maltratadas, mas, que não havia esquecido do seu antigo jardim, e que breve, muito breve, estaria de volta, cuidando das mesmas rosas que antes cultivava...

E, o poeta, percebeu que, enquanto falava do seu devaneio, as pétalas da rosa que estavam caídas, reflete um fugaz brilho de esperança, e a rosa triste, voltou a sorrir ... por quanto tempo.., só Deus sabe....

Josenete Dantas
Enviado por Josenete Dantas em 04/10/2015
Reeditado em 10/08/2016
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