INTELIGÊNCIA INVOLUNTÁRIA

 


Pode acontecer de uma pessoa especialmente bem dotada de estultície dizer algo de superior inteligência (...). Vou dar um exemplo, das tais "pérolas" do Enem, alguém escreveu na prova: “O tecido adiposo é um orgão gordo, mas muito gordo que separa as pessoas do frio”. É óbvio, só uma pessoa beócia diria uma coisa dessas, mas... Isso possui alguma inteligência poética. Embora não esteja não intenção de quem escreveu. Posso estar louco, mas essa coisa de gordura que separa a pessoa do frio tem alguma poesia. É uma show de histologia poética.  Gordura não existe somente para dar serventia aos endocrinologistas ou causar horror em fashionists, serve tanbém para separar as pessoas do frio. Os ursos populares já sabiam disso. E eles são os poetas do círculo polar norte. Devo advertir que isso que acabei de dizer é tudo asneira... Não... Não quero que pensem mal de mim, ainda que esse mal possa até ser a verdade. Agora, se alguém ver aqui escrito algum traço de genialidade, devo dizer que esse alguém, assim torço, está redondamente enganado (minha inteligência não me permite compreender o sentido desse "redondamente"). Não quero ter inteligência involuntária.

P.S: relendo agora, 12 horas depois, vi esse "ursos populares" em lugar de "ursos polares". Viu? É alguma inteligência involuntária mexendo nos mecanismos voluntários de meu cérebro. É ato-falho ou aquilo que Freud chamava de "erro de memória". Será?