A DAMA DA PRAÇA DE MANAIRA

Sempre a tardinha, quando, por alguma razão, não caminho a beira-mar, dou de mão da coleira do meu cachorrinho, que atende, pelo nome de LIPE, e vou até uma Praça, que quebra a frieza do assalto que a rodeai, entre as Avenidas, João Câncio e Euzeli Fabricio e outras duas, cujo nomes, agora me fogem a memoria. E. nesta tarde, como em outras tantas, naquele mesmo banco, perdido do meio da grande Praça, vejo sempre aquela mulher... alí, sentada, quieta, sempre, com os olhos voltados para o por do sol...

E, como fica dificil, segurar as asas da minha imaginação e, fico a me perguntar: que pensamentos povoam a aquela cabecinha grisalha ... Que imagens, aqueles olhos azuis vislumbram, embaçados pela poeira do tempo... Que recordações e lembranças, desfilam em seu pensamento, na quietude desse fim de tarde, no relativo conforto deste banco de madeira, plantado neste recanto da Praça...

Eu, continuo o meu caminho, e estou bem proximo do seu banco,ali, na Praça, perto de um Poste e iluminação, quando LIPE, do poste se aproxima... eu, o observo, levantando a patinha traseira, rente ao poste.... e faz xixi... e LIPE, enquanto satisfaz, sua necessidade fisiologica, parece que traz de volta aquela, ainda, bela senhora... eu a cumprimento, apenas, baixando um pouco a cabeça... ela, timidamente, ergue a mão... e, assim, depois de varios meses, este, é o nosso, leve, volatil e mudo contato.

Ando, ando, olho o relogio, e, faltam exatos, vinte minutos para as dezoito horas desta mais uma tarde, nesta primavera de 2015, e tomo o caminho de volta para o nosso AP. LIPE, percebe, a uma certa distancia, um outro cachorrinho conduzido por uma outra pessoa, e, começa a querer ir ao encontro ao seu igual. Eu, como sempre, sem contraria-lo, favoreço o rápido encontro, com a ajuda da acompanhante do outro animalzinho, que depois fiquei sabendo, se chama de BENJE... e assim, LIPE, já cansado, com a linguinha de fora, mais obediente e bem comportado, talvez, premido pelo cansaço das andadas, agora, acompanha, meu passo, lado a lado...

Não, estavamos, LIPE e Euzinha aqui, nem mais nem menos, já na Av. Monteiro da Franca, bem perto do predio, quando, ouço o barulho de freios de um automovel em plena avenida, olhando para trás, quem vejo: a senhora idosa do mesmo Banco da Praça, caida no asfalto. Instintivamente, volto, chego perto, o motorista do carro, um Corola branco, demonstrando preocupação se aproxima, também, mas, graças a Deus, um leve arranhão no braço direito... tudo esclarecido e justificado, entra no seu automovel, e segue em direção, creio que, a Av. Rui Carneiro. Depois de certificar-me, que ela estava bem, vou me despedindo, quando, me agradece e inciamos as apresentações, quando me despeço, ela diz, que me acompanha, pois reside, no Predio da Esquina, com a Av, Major Ciraulo. assim, saimos nos tres... ela, que me disse chamar-se, Eulália, eu e Lipe... e com mais um obrigada da parte dela, e um alegre até logo, nos despedimos, e com certeza, não seremos, mais estranhas.

Isto, apenas é, só mais um reigstro do nosso cotidiano da vida de pessoas comuns... dos que ao chegar perto dos setenta, se aposentam.. como a Euzinha, aqui...

Josenete Dantas
Enviado por Josenete Dantas em 27/09/2015
Reeditado em 23/08/2016
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