UMA MULHER QUE ANDAVA, SOZINHA

Ali, vai aquela mulher, que não faz tanto tempo, assim, andava pelos salões altiva, bela, elegante, bem vestida desfilava plena de vaidade, se deixando fotografar, simplesmente, para nos jornais do fim de semana, aparecer nas colunas sociais...

Ali, vai aquela mulher, seu passo hoje é lento e suave, seus pés abandonaram o salto alto... apenas um par de tenis, protege seus pés, pela calçadinha dessa beira-mar, por todos nós tão conhecida...uma bermuda, uma singela blusa estampada, um antigo raibant, lhe protege seus antes, belos olhos castanhos brilhantes.. e vai por ai, marcando o passo lento do tempo, que se fez chegado, e quem sabe, carrega nos ombros, boas e belas lembranças, mas... anda sozinha.. e na solidão do andar, passa assim, timida, calada, afastando do rosto, da face, dos lábios, qualquer sinal de riso... também, sequer, atreve-se, a olhar para os lados, sempre de olhos presos a sua frente.. quem sabe, com receio, até de ser reconhecida...

Ali, hoje, novamente, vejo aquela mulher, mas...apressei o passo, para rápidamente, a ela chegar... ao seu lado, agora estou, mas, com receio, de cumprimenta-la, chamando-a pelo nome, mas, em uma questão de segundos, ao ver-me, com ela emparelhar no mesmo ritimo do seu andar, discretamente, leva a sua mão esquerda, ao chapeu de abas largas que a protege do sol.

Instintivamente, por ter, um pouco menos idade, e há tres anos, pelas calçadinhas andando, apresso o passo, e vou caminhando determinada, como faço, todas as manhãs, e alí, um pouco mais a frente, proximo ao MAG, a restea, de uma abençoada folha de coqueiro me oferece, sombra...um antigo colega, passa e brinca " que, que isso, não acretido, já parou.... e rindo, rapinho, como vinha, passa, mas, aquela mulher, que já foi tão festejada, há dez anos passados, hoje, não vou permitir que leve para a solidão do seu AP, o anonimato, nem o esquecimento, que, no meu senti,r ela, não merece...e razão alguma tem para tentar esonder-se, agora, no anonimato...

Daqui mais algins passos. vai passar por mim. Agora, vou chama-la pelo nome...e, assim, o fiz... e a alegria que vi dançando nos seus olhos, foi tão grande e tão franco, o seu sorriso que, senti uma alegria intensa, como se tivesse com aquele simples gesto, salvo uma vida... pode ser exagero sim, eu sou assim, um pouco exagerada.. mas, hoje, depois de mais ou menos algumas semanas, mais uma antiga colega de Colegio, e, agora, já somos três, a caminhar todos os dias... a conversar, tagarelar, sorrir, planejar, um passeio, ida ao cinema, e assim, a vida vai se refazendo, menos sozinha...

Josenete Dantas
Enviado por Josenete Dantas em 13/09/2015
Reeditado em 14/09/2016
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