POR UMA NOVA HUMANIDADE

Imagens chocantes são postadas na Internet de crianças desnutridas, quase à morte, comendo terra e cercadas de formigas e abutres. Dá um nó na garganta, engolimos em seco e não raro as lágrimas caem.

E os comentários vão desde que “devemos agradecer o que temos” aos que ficam com o “coração dilacerado”. Mas logo estão envolvidos com outros assuntos de divergências políticas, futebol e futilidades mil, as quais nunca levarão à solução daquele momento crucial de abandono sugerido pela imagem que gerou tanta comoção.

Por isso e por outras, que se deve acabar com divergências, sejam de ordem política, ideológica, religiosa, ou demais mesquinharias, e partir para um plano universal de condições de sobrevivência e vida com um mínimo de dignidade a todos os carentes de povos, aldeias e comunidades em quaisquer dos rincões deste mundo. Devemos entender que aqui estamos para uma "travessia conjunta” e só teremos êxito se minimizarmos ao máximo as "baixas", e chegarmos com o máximo de conhecimento, energia e disposição em nosso destino, seja qual for desde que do "bem". Como disse Gandhi: "No mundo há riqueza suficiente para satisfazer as necessidades de todos, mas não para alimentar a ganância de cada um." - Penso que devemos alimentar este plano mundial, primeiro dentro de nós mesmos, fazendo uma limpeza em tudo o que gera "atrito ou perda", quer pensamentos, crenças, fanatismos, deficiências psicológicas, de entendimento e até espirituais... A cobiça, o egoísmo, a ganância, são deficiências psicológicas. O fanatismo pode ser uma deficiência de entendimento... O comodismo pode ser do pensamento ou mesmo espiritual... Não é fácil, mas será necessário para fazer uma nova humanidade que o mais humano comece em nós mesmos, e com urgência. Como a maioria dos meus amigos na Internet, Face e espaços virtuais, são aviadores ou ligados à área, dou um exemplo: "em caso de despressurização coloque primeiro a sua máscara de oxigênio, para depois ajudar crianças ou idosos." A solução da humanidade é transcender ao espiritual ainda dentro do arcabouço do humano, começando por mim e por você.

Armand de Saint Igarapery