ANTEVENDO A PRIMAVERA...

ANTEVENDO A PRIMAVERA...

As manhãs ensolaradas de setembro, antecipadas em vários momentos de agosto, diante a estiagem, nos remetem, prazerosamente ao alvorecer de um tempo florido, como os vários pés de ipês ( com suas nuances em cores que encantam, como um presente da natureza, infelizmente,e geralmente,alheios a ela). Restam espairecer as nuvens densas, cujos frutos plantados nas iras de 2013, que grassam ainda nos dias presentes, fortalecidas no rancor, travestidos de atos cívicos. Para este ambiente deletério, cotidianamente inoculado na mídia, com inconfessáveis intenções eleitoreiras, e manifestações que extrapolam o direito de expressão e nos atinge na agressão, demarcando fronteiras entre A e B.Os incidentes ocorridos recentemente com o Ministro da Justiça na Av. Paulista, aos chingos, nos remetem à turba sequiosa de linchamentos públicos, fatos já verificados em outros ambientes com figuras públicas do governo, não se respeitando mesmo a intimidade em hospital, como o fato lamentável ocorrido com o ex ministro da Fazenda, Guido Mantega, no Albert Einstein, acompanhando uma familiar enferma. O apresentador de televisão, Jô Soares,com a frente do prédio onde reside pichada com ameaças de morte,após o ato de coragem de ter defendido o Governo, e de independência em sua Emissora, colheu também a ira por ter entrevistado a Presidenta em momento político crítico, no Palácio. Verifica-se a explosão iracunda de pessoas que ladram como cães, em gritos inaudíveis, como latidos, onde o bom senso e a propalada educação distam longe. Manifestar, sabemos, é um direito, ofender cidadãos, contudo, em ambientes privados, é fora de contexto. Assisto um vídeo de um jovem advogado, que, aliás, faz questão de apresentar-se como tal, avisando que no próximo dia 7, onde comemoramos a Independência da Pátria, que a governante Dilma será degolada,caso não renuncie ao Poder* ( investida que fora pela maioria do povo brasileiro, em eleições livres e democrática) vindo de quem, supõe-se, tenha esquentado os fundilhos em carteiras escolares, sobretudo com leituras sobre filosofia do Direito e de ética, lições colocadas no esgoto da prepotência e arrogância. Idem às postagens nesta rede social de pessoas assistidas pelos planos sociais criados nestes dois últimos governos a bradarem, enérgicas, parecendo papagaios a repetirem mantras alheios e manipulados por outros interesses que não os próprios. E sobre os pés de Ipês, pobres coadjuvantes nesta crônica, justificados, como na canção de Geraldo Vandré, para não dizer que não falei das flores...

*A bravata é de um ex candidato do PSDB, Matheus Sathler, não eleito, a deputado federal pelo DF, que já foi acionado pelo OAB e a PF.