HOMO MÁQUINA CAPITAL

Qual o limiar humano de penetração no âmbito vivente, que seria permitido às imprensas faladas e escritas. Uma questão de caráter polêmico, razão porque se prefira fugir à ela – a modo de ratos que saltam ao mar, quando está prestes, o batel, a sofrer o naufrágio iminente – efetivamente.

Abuso. Vergonha. Tirania. Espoliação. Dor. Mágoa. Estes são alguns dos ingredientes usados e que em verdade são também produtos decorrentes do neometodismo jornalístico. Em tese, a imprensa deveria agir para atender aos interesses populacionais e que no entanto age narcisicamente. Incute-nos uma nova diretriz ideológica e nos faz assistir (em nossas vidas) a um espetáculo digno de Bran Stocker, Hannibal, Hitler, Mao Tse Tung e outros.

A liberdade de pensamento é fato consumado até em nossa Constituição Federal. Contudo, não deve infringir nossa individualidade. Denúncias sociais, divulgações culturais eram o embasamento do pretérito. Com a evolução cada vez maior da tecnologia, não percebemos que houve uma mutação gênica no Homem posteriormente à seleção do mais forte. De Homo sapiens a homo máquina capital. Transformando-nos em puro metal, sem a calidez e a emoção. Fazemos tudo, tudo, (literalmente), por lucro, dinheiro e poder. Nosso cérebro se tornou uma caixa registradora e a globalização foi o DDT utilizado na adaptação como critério.

A imprensa (filha deste Novo Mundo e Homem) também teve de se adaptar. Expõe-nos mentiras, hipocrisias, genocídios, carnificina, além de outros, pois, para o Novo Homem, o que interessa é isso, por isto ele paga, paga às vezes muito caro para poder se deleitar e gozar em uma manchete sensacionalista. Gira-se a roleta, gera-se o lucro (a moeda) e a imprensa e ele se satisfazem.

Sofremos grandes vicissitudes, teremos de derrubar grandes sofismas até conseguirmos reedificar a plêiade dos Homens, que remodelando as suas estruturas mais recônditas, sairá deste estrume borbulhante e não somente mudará a imprensa, mas também a política, a sociedade, a vida e a História.

A imprensa é ré culpada ou não? Em parte, pois é o produto de nossas próprias entranhas pútridas, logo, devemos lutar para que se cumpra o artigo quinto, inciso décimo da Constituição. Utilizemos sabiamente o veículo comunicativo, linguístico, oral e riquíssimo. Hoje ele nos faz sucumbir, amanhã há de nos reedificar.

Criemos, pois, nós mesmos, (o povo, os cidadãos), um veículo mediador de análise do produto jornalístico. Traslademos nossas mentalidades para que não soframos com a ditadura – não a estampada, nua e crua de mil novecentos e sessenta e quatro, mas sim, a habilidosa, traiçoeira, pérfida, engendrosa e camuflada – da real atualidade.

GLOSSÁRIO “HOMO MÁQUINA CAPITAL”

 Batel = a maior das embarcações miúdas que serviam aos navios antigos, ger. naus e galeões.

 Iminente = que ameaça se concretizar, que está a ponto de acontecer; próximo, imediato.

 Espoliação = ato de desapoderar (pertence alheio), privar (alguém) de (algo) por meios ilícitos, ilegítimos ou violentos; despojar, esbulhar

 Pretérito = que não é do presente nem do futuro; situado no passado.

 Calidez = caráter ou condição de cálido; calor, quentura.

 Vicissitude = dificuldade, condição que contraria ou é desfavorável a algo ou alguém; insucesso, revés.

 Sofisma = argumento ou raciocínio concebido com o objetivo de produzir a ilusão da verdade, que, embora simule um acordo com as regras da lógica, apresenta, na realidade, uma estrutura interna inconsistente, incorreta e deliberadamente enganosa.

 Plêiade = É um conjunto de coisas maravilhosas ou pessoas ilustres.

 Recôndita = que tem origem ou que existe no âmago de uma pessoa; íntimo, profundo.

 Trasladar = mudar(-se) de um lugar para outro; transferir(-se).

 Pérfida = que envolve perfídia; enganador, traiçoeiro; que falta à fé jurada; desleal, traidor.

 Engendrosa = que é armada, arquitetada, tramada, urdida.

Frida Pascio Monteiro
Enviado por Frida Pascio Monteiro em 11/08/2015
Código do texto: T5343123
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