Com amor, Raul

Às vezes, fico procurando razões pelo que sinto por você. Penso que poderia te procurar, te espiar no meio da rua. Mas não faço por medo. Pra quê reaparecer do nada na sua vida, quando você poderá estar vivendo bem?

Isso é algo que está muito presente na minha mente que tive um sonho onde uma tia me dizia: “Você já a procurou verdadeiramente?” E no sonho eu ficava sem respostas. Assim como me vejo agora.

Tenho receio de te fazer chorar. Ou receber a tua indiferença. Então, deixo as coisas como estão. E elas não estão!

Sigo na dúvida. Mas dentro de mim você ainda é o pensamento mais perfeito. E eu vejo nós dois em um brinquedo no parque. Um brinquedo que gira, gira, gira. E quanto mais a gente gira mais a gente ri. Taí, ter apenas o teu sorriso depois das tempestades já seria o bastante. Ver quem a gente amou rindo novamente é como acariciar o coração. Mesmo que depois as suas mãos escapem das minhas. E eu acene, pegando o próximo metrô. Mas dentro de mim haverá um teatro vazio… onde encenaremos tudo o que vivemos como forma de sabermos da felicidade que sentimos.

Na verdade, torcer pela sua felicidade é uma forma de continuar te amando. E o amor é livre. E é preciso cultivar essa ideia. Como uma frase que li do Sri Prem Baba que diz: “... a prova final dentro da universidade dos relacionamentos é deixar o outro livre, inclusive para não nos amar”.

Quando penso em você a palavra que me vem à cabeça é sorte. Sorte de um dia ter cruzado a minha vida com a sua naquela noite em Ipanema. E depois ter tido mais sorte de ir naquele show em Botafogo. E mais tarde o primeiro beijo no Leblon. Sorte, muita sorte. Sorte de ter sido muito amado e ter voltado a acreditar no amor. Logo eu que dizia que já tinha acabado minha cota deste sentimento.

A vida segue, seguiu e seguirá. E tenho muito de nós em meu caminho. As coisas que faço são reflexo do que aprendi contigo. E hoje sou mais.

Apenas 12 meses se passaram. E tanta coisa aconteceu. Sou grato a tudo que vivi. Sou grato a você.

E o brinquedo continua a girar na praça. E já não somos nós os brincantes. Mas a saudade me trouxe até aqui.

Sinto-me livre. E as asas que você me deu um dia - que foram podadas no adeus - voltaram a crescer. Meu vôo agora será mais longe. E assim como o e-mail de Theodore no filme Ela, eu te envio amor.

Raul Franco
Enviado por Raul Franco em 23/07/2015
Código do texto: T5320666
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.