TEMOS QUE PARAR EM ALGUM LUGAR

Ficamos cada vez mais amargos porque nossa referência se torna cada vez mais externa. Neste sentido concordo com Aristóteles: Temos que parar em algum lugar, pois só alcançaremos o bem supremo, a felicidade (Eudaimonia), quando formos capazes de valorizar as coisas por si mesmas.

Quando falo em "alcançar o bem supremo", não significa que creio no alcance pleno de felicidade. Seria exigir demais em um mundo tão imperfeito. Acontece que além de ficarmos cada vez mais distante desse objetivo, vamos nos idiotizando na medida em que invertemos a lógica da procura pelo bem-estar nos orientando sempre de fora para dentro, não quase nunca de dentro pra fora. Assim, a culpa é sempre dos outros, a responsabilidade é sempre dos outros, e seguimos em uma interminável vitimização e cada vez mais amargos.

Temos que parar em algum lugar. Não creio ser possível algum nível de felicidade, fazendo as coisas sempre "para alguma coisa".Paradoxalmente, porém, não creio ser possível viver sem fazer alguma coisa "para alguma coisa". Não é este o ponto. O problema reside no excesso. O problema está em ultrapassar a medida adequada entre o interno e o externo. Então, surge uma pergunta automática: quem ou o quê estabelece se a medida está ou não está correta?. Minha resposta sem querer relativizar ao extremo, é a felicidade. Se estou sendo finalista? sim, mas não um finalista relativista que prescindi à ação humana racional, que se compraz em ultrapassar o espaço e direito alheio em nome de uma suposta felicidade pessoal. Isso seria hedonismo barato e irracional, não felicidade autêntica.

Temos que parar em algum lugar, pois nas palavras de Ayn Rand "É somente um objetivo último, um fim em si mesmo, que faz possível a existência de valores e [...] a vida é o único fenômeno que é um fim em si mesmo: um valor ganho e mantido por um processo constante de ação".

A felicidade plena não é possível, mas estarmos mais próximos dela sim. Basta que valorizemos as coisas em si mesmas. Temos que parar em algum lugar.

by Fabio Junio Almeida Prates

Fabio junio Almeida Prates
Enviado por Fabio junio Almeida Prates em 19/07/2015
Reeditado em 19/07/2015
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