Melquior Chagas - Apenas mais um dia...

O tapa que lhe dei ainda estava estampado em seu rosto; mergulhado nas lágrimas que caiam e, ao som de teus gritos implorando pena, estavam ali, meus grandes cinco dedos em sua bela face. Nessas horas que se vê como é bom ter o poder de matar alguém.

Antes que ouvissem os gritos daquela prostituta, eu tinha que silenciá-la. Bem devagar coloquei minhas mãos entre seus cabelos, e ao olhar aqueles olhos de cão (cachorra) abandonado, a ergui, segurei seu corpo com toda minha doce voracidade, nesta hora não parava de debater-se. A joguei na parede com tanta força que seus ossos devem ter partido-se ao meio. O que eu procurava deu certo, pelo menos desmaiada ela calou aquela boca imunda.

Juro que se tivesse em mãos minha máquina fotográfica, a modelo da vez seria capa do meu melhor álbum, mas por pressa a deixei na minha mesa de cabeceira.Maldita mesa! É até difícil descrever tanta beleza: A boca antes gritante agora tinha sangue fresco escorrendo misturado ao seu batom vermelho, as pernas grossas que tanto apertei agora estavam rochinhas, do jeito que deveriam ter vindo ao mundo.Mais um dia que, entre vários empecilhos valeu a pena e, minha missão cumpriu-se outra vez.

Obs: Não encare isto como uma confissão, juro que sou completamente inocente...

G Trindade
Enviado por G Trindade em 07/07/2015
Reeditado em 07/07/2015
Código do texto: T5303130
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