Menina Juliana

A menina continua lá,como todos os dias,olhando os garotos jogando bola no campinho do morro.Seu olhar é sonhador,mas pesado ,pela dura realidade.sua mãe ,lavadeira,a faz trabalhar no cortiço,e seu pai ,muito duro,não a deixa jogar futebol,diz que é coisa de moleque e que menina,tem que ajudar a mãe nas tarefas de casa.

Juliana,não se conforma,mas obedece,mesmo calada pode-se ver sua revolta,que passa em branco para muitos ,encoberta pelo medo.Seu sonho é ser a nova Marta,é ter sucesso,é viver do futebol.treina escondida na saída da escola,junto com amigos,improvisando com meia e papel jornal,o que chamam de bola.

A cada chute,seus olhos brilham,a cada drible,a cara sofrida ganha uma pintura sorridente,e neste momento,a menina que é obrigada a ser menina,se sente uma mulher,capaz de lutar por seus sonhos e que pode andar além do que suas pernas permitem.

Após a séria brincadeira,bate uma certa tristeza pois é hora de voltar pra casa.Lá ela tem seus irmãos e toda sua família,mas se sente fora do mundo,e não como num sonho,mas sim num pesadelo,cheia de obrigações e "deveres de menina".

Juliana não desistirá,Juliana é forte,pelo menos quando a vida pede,ela não desistirá e, o que num dia de céu azul ,olhando pela janela,foi apenas um campinho repleto de meninos suados,logo terá sido a inspiração para realizar teus sonhos.Um dia ela olhará para trás e não sentirá raiva de seu pai machista,e nenhum rancor de sua mãe que não tinha vida própria,seu sentimento será apenas de compreensão,mesmo diante de algo incompreensível.Ela não desistirá.

G Trindade
Enviado por G Trindade em 21/06/2015
Reeditado em 03/07/2015
Código do texto: T5284198
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