Essa é a história de muitas meninas

Malala Yousafzai é uma garota paquistanesa que aos 12 anos foi baleada na cabeça pelos militantes talibãs. O crime dela? Iniciar uma campanha pela educação das meninas no Paquistão. Em 2014 Malala recebeu o prêmio Nobel da Paz, tornando-se a mais jovem (17 anos) ganhadora desse prêmio.

Em dezembro de 2007 Fabiana tinha 11 anos quando foi morta dentro de casa, alvejada por uma ‘bala perdida’, numa operação policial no Morro dos Telégrafos, no Rio de Janeiro.

Ainda no Rio, no dia 14 de junho de 2015, uma menina de 11 anos foi agredida quando saía de um culto religioso. Dois homens intolerantes religiosos atingiram-na com uma pedra na cabeça. O crime dela? Praticar o candomblé.

Em 2008 o Senado Federal instalou a CPI contra a pedofilia. Os senadores ouviram acusados, quebraram sigilo dos computadores de alguns suspeitos repulsivos, além de obrigarem o Orkut a entregar fotos repugnantes de crianças em cenas de sexo.

Ao final dos trabalhos, a CPI apresentou 11 projetos de lei visando combater a pedofilia. Sete anos depois, apenas 3 projetos viraram lei. Enquanto 8 projetos não andam, nossas meninas andam sendo violentadas no corpo e na alma.

Acredito que a violência sofrida por essas meninas as unem no sofrimento e na esperança por homens humanos. Afinal, todas foram agredidas por homens de mira certeira e braços fortes, mas fracos em argumentos.

A garota do candomblé declarou que o episódio não muda em nada sua fé religiosa:

- "Minha fé vai continuar sendo a mesma".

Na premiação do Nobel da Paz, Malala disse:

- "Eu conto a minha história não porque ela é única, mas porque não é"... "Essa é a história de muitas meninas".