Nadei, nadei, mas naufraguei (?!)
“Poetisa você venceu mais uma vez”. Foi assim que recebi a notícia que estava entre os vencedores do Concurso Rota Batida IV.
Não preciso dizer de minha alegria, afinal o prêmio seria o lançamento do livro. Como é comum nestes casos passei a viver dias de ansiedade, alegria, emoção, espera e gratidão aos que me levaram a conquista do prêmio.
Passaram-se dias, semanas e meses e meu tão desejado livro não se materializava. Surgiram as incertezas. A insegurança. O medo.
Semana passada recebi a triste notícia do fechamento da Fundação que promoveu o concurso. Chorei. Não é fácil abrir mão de algo que nos fez tão feliz!
Os responsáveis pela fundação assumiram o compromisso de entregar todos os prêmios, mas um desconforto interior me diz o contrário. Há uma tristeza interior que me faz sentir a sensação de haver nadado em águas profundas e aportado em areias movediças. Sabe aquela sensação de nadar, nadar e morrer na beira da praia?
Vejo um barco ao longe. Velas a balançarem contra o vento, mas pareço está só e invisível neste naufrágio. O mar de sonhos por onde naveguei, as ondas de poesia que me trouxeram até aqui parecem alheios aos meus desencantos.
Mas sou persistente, continuarei aqui a espera do resgate. Serei encontrada? Não sei, mas vou jogar nuvens de fé e poesia pelos ares sinalizando minha localização na esperança de ser alcançada e, finalmente, receber meu prêmio.
Este texto faz parte do Exercício Criativo -
Nadei, nadei e morri na praia. Saiba mais, conheça os outros textoshttp://encantodasletras.50webs.com/nadouemorreunapraia.htm
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