A MENINA DE TRANÇAS QUE ANDAVA COMIGO II

II

Estou, no ano de 1955, no meio da semana, pelas 8,50 horas, assistindo, uma aula de Matemática. A nossa Professora, Irmã Zelia, pede para ir ao Quadro-negro, para fazer a correção dos "deveres" de casa. Hoje, são as " tarefas ". A menina de tranças, aos ouvir meu nome, desenha em seu rosto um sorriso maroto e, me olha com um olhar de que diz, "agora eu quero ver ".... Levanto-me da carteira, vou até ao bereaux, seguro o giz e, fico esperando de pé, junto ao quadro negro, mas... só tinha um detalhe, a menina de tranças, que comigo, anda, sabia que sua amiguinha, não tinha feito o dever de casa, simplesmente, pelo fato de ter colocado o caderno fechado em cima do bureaux, diferente, quando sua amiguinha fazia o dever de casa.

Irmã Zelia, pacientemente, passava pagina por página e, aquela menina-aluna, calada, imóvel, sem dizer uma palavra, o coração quase saindo pela boca... enquanto Irmã Zélia, tranquila, serena de voz pausado dizia..

- Minha filha, voce não fez o dever de casa... volte para sua carteira! Quando terminar a aula, vou a clausura deixar os livros e volto, você, está sem recreio e vai escrever 100 vezes " NÃO DEVO DEIXAR DE CUMPRIR COM AS MINHAS OBRIGAÇÕES, ESCOLARES"

Aquela altura dizer o que... mas, a bola de voley, embaixo da carteira e os dois pés em cima, fez a cabeça da amiguinha da menina de tranças, rodar. De imediato, a garotinha de tranças, lhe sussurra uma idéia, que foi de imediato, posta em pratica. Cada folha do caderno tinha vinte e cinco espaços de uma linha para outra. Concluindo o raciocinio, numerou as duas paginas, frente e verso, de um até cem e, de imediato inciou a cumprir, o castigo, pondo em pratica a ideia genial, fácil de explicar. Na dita página, na primeira linha do caderno, assim, na forma abaixo , foi só escrever.

1. Não devo deixar de cumprir com a minhas obrigações escolares.

" " " " " " " "

E, assim sucessivamente, até a ultima linha de numero cem, em apenas, duas folhas do caderno. Tudo concluído. Toca o Sino, dando sinal do fim a aula. Irmã Zélia, libera a turma para descer para as Mangueiras, como nós chamávamos, o Pátio de Recreio. e diz para a amiguinha da menina de tranças.

- Voce, fica! Volto já, pode ir começando. Porém, a menina de tranças, sugere que pegue a bola de voley e o caderno e conta, mostra que já fez tudo....dito e feito. Ganhou, a galeria com a bola de volry debaixo do braço e o caderno na mão, mostrando o castigo concluído e pedindo para ir para o recreio. Todas as meninas estavam esperando para jogar voley. Irmã Zélia, impassivel, continua marcando seu passo em direção a clausura e as suplicas continuam. Haviam ambas. andado aluns bons dez ou doze metros da galeria do primeiro andar, quando, a Irmã Zélia diante a insistência, daquela sua aluna, para, pega, em uma das mãos o caderno balança a cabeça, deixa um sorriso lhe invadir o rosto e textualmente diz

- Vai, pelo amor de Deus, antes que eu me arrependa....

Assim, termina, naquela manhã de um dia e um mês do ano de 1955, a estapafurdia idéia da menininha de tranças, que de imediato foi posta em pratica, por aquela outa menina, aluna que por causa do treino de Voley na tarde dia anterior, e o jogo de trinta minutos durante o recreio, entre as turmas A e B das segundas séries do antigo Ginásio.... e a segunda série A da amiguinha da menina de tranças, canta vitoria... se valeu apena.. é uma outra estoria...

Josenete Dantas
Enviado por Josenete Dantas em 13/05/2015
Reeditado em 18/05/2015
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