A Trégua
A Trégua
Numa linha melódica, sucessão de sons e silêncios,intercalada por acordes densos: os dias transcorrem inalterados.
A regente administra o andamento da orquestra, embora esteja sempre à espera do inevitável.
Súbito, em meio à rotina, uma pausa, melhor dizendo, uma trégua. O Grande Criador do Universo possibilita aos presentes, desfrutarem de momentos lúdicos, com antigos e novos componentes, em andamentos diversos.
A noite se ilumina! A regente agora faz parte da platéia e se integra a novos ritmos... Violão, cavaquinho, flauta e muitas vozes preenchem a noite com velhas lembranças, antigas canções, e muita alegria; é sempre prazeroso o encontro de bons e velhos amigos.
O momento é mágico! As melodias se espalham no ar e energiza o ambiente com vibrações harmoniosas, unindo corações em uma mesma sintonia de amor a música, a arte, a poesia e a amizade. Sentimentos que não podem ser medidos ou avaliados.
O ambiente é envolvido pelo lamento do choro chorado, do samba de antigos compositores, música baiana de boa qualidade, canções regionais, por muitos, esquecidas.
Musica brasileira á dar vida e calor a uma noite fria de outono.
Numa opereta tensa, momento de trégua é como um bálsamo aplacando a pressão que trago no peito.
Mas... Como na música de Chico Buarque: (...) para meu desencanto
O que era doce acabou
Tudo tomou seu lugar
Depois que a banda passou (...).
A regente volta ao seu posto:Ergue a batuta e reinicia o moto perpetuo, na mesma linha melódica, sempre em busca de possíveis arranjos não dissonantes.
No coração de todos os participantes, resta a lembrança de doces momentos desfrutados em uma abençoada trégua de outono.