Uma luz
Caminhava por uma rua, vazia, escura. Carregava em meu rosto, marcas de uma vida sofrida, de alguém que já estivesse sofrido muito na vida, corpo cansado, roupas esfarrapadas. Cabisbaixo, via o mundo todo escuro.
Um homem solitário, largado pela vida. Acreditava ter perdido tudo o que mais acreditava, família, amigos, vida. Era o fim do poço. Não sabia o que fazer, já estava depressivo, bêbado de sonhos ruins
Uma luz no fim do poço, um anjo divino levantava-me, cochichou doces palavras em meu ouvido, não lembro o que era. Mas foi o suficiente para dar-me forças para suportar o próprio peso, mas não as próprias lágrimas.
Carregava-me pelos ombros, contava-me histórias de um grande homem que um dia já estivera em minha pele, dizia ter sido maravilhoso enquanto ele ainda vivia entre nós.
Ao chegarmos, vi uma casa simples, rústica, porém aconchegante. Entrei pela porta da frente, ao entrar, deparo-me com quadros e fotos de alguém que algum dia foi eu. A televisão passava um filme mudo sobre a minha história, o toque de fundo era a minha música predileta.
Tudo tão calmo, batia uma brisa suave que entrava pela janela, quando por uma porta misteriosa, saem pessoas mascaradas e rodeiam me por completo. Apreensivo, ganho abraços e beijos no rosto. Soluços emocionados de uma mãe ao ver o filho voltar para casa. Estava ali, reconheci cada rosto, as lembranças vinham átona em minha mente.
Todos em que pensava ter perdido rodeavam-me aos prantos, aqueles que pensava odiar-me, choravam e sorriam de alegria com a minha volta.