Olhos não têm cercas!

Certa vez ouvi dois amigos dialogando sobre ciúmes, um dizia ao outro que sua namorada vivia desconfiada. Até mesmo uma simples olhada era motivo para que os tanques de guerra entrassem na zona de conflito inimigo. O diálogo foi concluído com um famoso dito popular “olho não tem cerca”. Confesso que fiquei encasquetada com esta afirmação. Será mesmo que não temos controle sobre nossos olhos? Até que ponto uma olhadela pode ser considerada falta de respeito?

Bom, diante do exposto, passei a analisar as tais “olhadelas” e pude constatar que às vezes elas não são assim tão inocentes. O problema não está só em olhar, mas em olhar, analisar e comentar. Estas três ações juntas formam um coquetel capaz de explodir a autoestima de qualquer pessoa, seja ela homem ou mulher. Primeiro a retina localiza o alvo, este passa por um filtro para medir o nível de aceitabilidade. Se o olheiro analisou e comentou é que o nível chegou ao topo. Uma amiga teve uma experiência constrangedora com a falta de cercas nos olhos, e olha que ela é de parar o trânsito. Ela estava na praia com o namorado, quando uma moçoila escultural entrou no campo de visão dele. A reação dele foi instantânea: olhou,analisou, comentou, e o pior ergueu o mastro de sua embarcação. Na hora ela entrou em transe, a ira que invadiu seu corpo era capaz de provocar um tsunami. Ela não pensou duas vezes, levou a mão no mastro dele apertou e falou:

"Preste atenção no que sou capaz de fazer nesta praia".

Ela levantou-se tirou a parte de cima do biquíni e saiu desfilando toda segura de si. Os seios fartos e empinados estavam esplendorosos sentindo-se libertos. Os homens ovacionaram, enquanto as mulheres tentavam tapar os olhos de seus homens.

Ela passou perto da gostosa e falou: “Pega para você!”

Ela foi andando até a água deu um mergulho e por alguns minutos desapareceu de vista. Ressurgiu graciosamente, minutos depois sob os olhares de todos. Voltou pegou suas coisas na areia, colocou uma saída de praia e foi embora. O namorado a seguiu desconcertado e durante meses implorou pela sua volta.

Olhos não têm cerca, mas bom senso e respeito cabem bem em qualquer lugar.

Leila Bomfim
Enviado por Leila Bomfim em 06/05/2015
Reeditado em 06/05/2015
Código do texto: T5233289
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