Após o enterro, a surpresa.

A família do meu marido é tão grande que, há pessoas que eu só conheço por nome, embora estejamos casados há 45 anos.

Ontem, enterro de sua cunhada-prima, parentes, vizinhos, e amigos, que não se viam há anos, se reuniram. Sabendo que seriam longas as conversas, preferi me sentar e ficar quietinha próximo à sala da urna.

Fui cumprimentada efusivamente por várias pessoas que pensaram que eu fosse irmã da falecida. Uma senhora não conformada com a semelhança que, segundo ela, havia entre nós, insistiu: _Então, você é irmã dele? (marido).

No cemitério havia muita gente. Após o sepultamento fui surpreendida por duas moças. Uma, jurava ter trabalhado em minha casa. Era engano. A outra, uma moça baixinha de uns 45 anos me surpreendeu ainda mais ao me perguntar:

_Eu posso lhe dar um abraço? Abracei-a carinhosamente, embora nunca a tenha visto, e tratei de ir embora.

Arrependi-me por não ter perguntado a razão do carinho. Foi pena não ter me ocorrido nenhuma palavra pra marcar aquele momento.

E pensar que já fui a tantos enterros de parentes mais próximos: pais, tios, irmãos, sobrinhos, mas nunca tinha vivido tal experiência.

Anita D Cambuim
Enviado por Anita D Cambuim em 24/04/2015
Reeditado em 24/04/2015
Código do texto: T5218962
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