Uma história de amor

A família Castro Alves volta para casa e lá foram recepcionados pelos seus numerosos empregados.Entre eles estavam o mordomo Sebastião Domingues,que a família sentira muita falta e Joaquim, agora um belo rapaz. Então Isabel se aproximou e em grande sincronia,o rapaz correspondeu.O sentimento antes dormente, acordou enleado, como se a distância e o tempo nunca tivessem existido.

-Olá Isabel, seja bem vinda,quanto tempo...

-Obrigada Joaquim...Realmente demoramos muito para voltar.

Afonso não entendeu o que estava acontecendo-sua noiva parecia tão próxima de um mero empregado. Logo após, passado o susto do reencontro, Afonso e Joaquim foram devidamente apresentados, um como noivo e o outro apenas como um amigo de infância.

Por conta da cansativa viagem,depois das boas vindas, o pai de Isabel ,Frederico e sua mãe, Tereza se retiraram rumo a seus aposentos.Isabel queria continuar ali, e matar a saudade de todos, porém Afonso a chamou para retirar-se também, ambos em quartos separados, afinal, o casamento ainda não acontecera.

Era meia noite. Os lobos lá fora já uivavam e, a Lua estava em bela pose exibindo-se no céu.Isabel,encontrava-se em seu quarto preparando-se para dormir.Vestiu sua bela camisola cor de pérola e tirara seu colar de brilhantes que até então cobria seu delicado pescoço. Ela penteava seus longos e loiros cabelos, como um ritual feito toda noite.Em meio ao silêncio ,então, ouvem-se ruídos como se alguém andasse no assoalho da casa. O som parecia surgir do corredor. Em seguida alguém bate à sua porta.(som batidas).

Mesmo receosa, ela abriu a porta, e teve uma surpresa:

- Joaquim? O que faz aqui a essa hora?

- Desculpe-me Isabel, eu não deveria ter vindo, é que...É...É que eu queria matar as saudades de você, sinto falta das nossas conversas , de quando éramos crianças.

- Mas uma moça de respeito, e ainda noiva como eu não pode ficar sozinha, ainda mais em seu quarto, com outro homem, não é certo - disse Isabel, que na verdade também estava louca para matar as saudades.

- Mas somos apenas amigos Isabel, não somos? Não há problema.

-Sim, somos...

Rendendo-se, a bela deixou Joaquim entrar.Ambos sabiam que não era apenas o sentimento de amizade que rondava seus corações.

Então, sentados na cama, Joaquim desabafou:

- Todos estes anos afastados... Eu senti muita saudade de você Isa.

(risos contidos) - Ninguém mais me chama de Isa.

- Desculpe, é um costume.

- Não tem problema, você pode me chamar assim.

- Tudo bem.Quando você foi embora, me senti muito triste e nunca te esqueci, penso em você todos os dias durante esses anos.

Meio sem jeito Isabel responde:

- Também fiquei muito triste, você é uma das pessoas que mais tenho apresso nesta vida.

- Isa, eu confesso que não vim aqui simplesmente para conversar. Eu quero te contar uma coisa, que...

- Fale!...

- Eu guardei isto dentro de mim por muito tempo, não sei se devo falar...

- Confie em mim, pode dizer - Isabel neste momento toca sua mão, tão delicada, e macia, nas ásperas mãos de Joaquim - Fale.

- Não consigo mais guardar isso, meu coração não suporta. Isabel, o que sinto por você não é apenas amizade, não me controlo ao pensar em ti,ao estar com você,sou capaz de lhe dar minha vida, isto é amor, eu sempre lhe amei.

Era o que Isabel a anos sonhara ouvir,imaginava todas as noites este momento, mas sem saber como reagir, esboçou surpresa:

- Mas como assim, não somos apenas amigos? Aliás, estou prestes casar Joaquim.

-Eu sei me desculpe, é incontrolável, por você meu amor é incondicional, e eu sei, Isa, eu sinto que você também me ama. Nunca nos gostamos apenas como amigos - Joaquim se aproximou da moça e ,perto, como se fossem dar um beijo sussurrou:

- Diga...Diga olhando no fundo de meus olhos Isabel, fale que não me ama, que não sente nada por mim! Só assim acreditarei.

Isabel, vendo-se sem saída, sem saber o que dizer se não confessar-se também, assim fez:

- Não consigo, não há outra coisa a dizer, eu confesso que lhe amo Joaquim, e de certo meu sentimento é tão luzidio e verdadeiro quanto o teu. Foi de extremo desespero ficar longe de tuas mãos, teu abraço, tanto tempo sem ouvir sua voz...Eu também te amo Joaquim, como eu te amo...

O rapaz aproximava-se cada vez mais, e quando viram apenas centímetros afastavam suas bocas, impedindo o tão sonhado beijo de amor.

Não, eu não posso, o que estou fazendo?! Eu sou noiva, sou comprometida, me perdoe, tenho que honrar o compromisso que fiz com meu pai, jurei casar-me com afonso e assim farei... Não posso!

-Mas Isabel ?!...

-Por favor, me deixe, saia de meu quarto, ninguém pode nos ver aqui- disse Isabel abrindo a porta de seu quarto e vendo seu amado, em desalento, saindo por esta, enquanto as lágrimas se prendiam em seus olhos.

após a batida da porta, Isabel se desmanchou em prantos, entristecida pelo amor que não poderia viver.