Brasil, mostra a tua cara! Quero ver quem "gasta" pra gente ficar assim...
Esta é uma história baseada em fatos reais. Ops, minha história!
Inventei de ir às compras hoje à tarde.
De início, desejei ir pela manhã, mas como estava havendo algumas justas e oportunas manifestações contrariando as mudanças que esgotam o já atribulado trabalhador, em função das novas regras da terceirização, decidi fazer minha “gastança” no período vespertino.
Chegando ao centro da cidade do Recife, percebi muita gente atribulada, semblante decaído e já cogitei com meus botões: Quem morreu? Ora, sou tão informada, e como passaria “batido” uma informação tão importante? Vamos lá...
Entrei em várias lojas.
Ora, eu dispunha de R$ 500,00 (quinhentos reais) para torrar. Grande fortuna! Este era o quantum que tinha disponível para “estragar”, gastar de forma descontrolada e free.
Tudo de bom! Bingo!
Felicidade!
O problema começou a surgir quando decidi entrar numa loja de bolsas... Tudo por R$ 600,00!
Maneei a cabeça, balancei as madeixas, e refleti: poxa vida, meu gosto é refinado e meu dinheiro também é "ultra refinado"... Bem refinado mesmo..
Desisti da loja, mas flertei com a bolsa... Quase namoramos, mas ela me descartou.
Saí alegre, mas amando a bolsa e pensando: Será que estou mais pobre ou beiro a miserabilidade? Outrora, comprar uma bolsa de 600 reais era “batata”... Hoje, consegui comprar uma de 160 e saí feliz...
Bola pra frente. Segue-se a vida...
Continuei a perceber semblantes tristes. Desde vendedores (vende dores?), até muitos gestores e clientes. Há um quê de tristeza pairando no comércio pernambucano. Até as músicas eram nostálgicas...
Meu jeito alegre, sorriso no rosto, não serviu de nada na minha ida às compras...
A economia está fragmentada, o povo brasileiro está tristonho, preocupado, mais endividado e, eu acho que contrariei uma regra, indo às compras em meio à crise.
Não foi para me exibir, mas pura necessidade... Deus sabe!
Mas, confesso que antes de ir, fiz alguns gestos de caridade e generosidade, doando roupas belíssimas e seminovas que tinha, além de 3 bolsas em excelente estado de conservação.
É que se nós, classe C, (quase D), estamos com a corda no pescoço, imaginem os menos abastados!
O Brasil está em crise. O povo está sofrendo. Eu estou sofrendo e sinto meu bolso mais encolhido.
Estou mais pobre, de verdade.
Sei não... Comprar acessórios, tais como: bolsas e vários pares de sapatos num saldão, não foi, nem de longe um programinha legal, mas, confesso, pela primeira vez, em quase meio século de vida, as aquisições não me alegraram, resto reflexiva, entediada e preocupada com os meus semelhantes...
Brasil, mostra tua cara! Quero ver quem “gasta” para gente ficar assim!
O Brasil está triste...
O Brasil está em crise!
Eu estou preocupada!
Vamos avançar?
Segue-se a vida...
Artigo de minha autoria.
Divulgado em primeira mão pelo sítio JUS BRASIL. Link
http://ftimaburegio.jusbrasil.com.br/artigos/181632860/estou-mais-lisa-e-pobre-ou-beiro-a-miserabilidade-minha-ida-as-compras-baseado-em-fatos-reais