AS LENDAS QUE PROMOVEM A FÉ



Geralmente todo santuário cristão dedicado a Maria santíssima, entre tantos, espalhados pelo mundo, tem sua origem a partir de um milagre que ocorreu por seu intermédio. Uma tradição católica que referencia a mãe de Jesus com uma variedade de títulos, ou seja, um sobrenome. De acordo com o local aonde ocorreu o milagre. No decorrer do tempo a historia vai sendo narrada de forma diferente sempre acrescida de certo lirismo, como acontece com toda lenda, ganha fama e por tradição é incorporada à história.
Tive oportunidade de conhecer várias lendas, por sinal todas são lindas, em minha breve visita a Portugal. Dentre elas a de nossa senhora de Nazaré cujo santuário é dedicado a virgem protetora dos navegantes, local este que segundo afirma a tradição, Vasco da Gama esteve em oração à busca de proteção antes e depois de sua aventura na descoberta do caminho marítimo para a Índia. Assim também como fez Pedro Álvares Cabral, e outras personalidades do mar, envolvidos com a missão nos descobrimentos portugueses.
Segundo um pergaminho encontrado a imagem da virgem de Nazaré é venerada desde os princípios do cristianismo, em Nazaré da Galiléia, terra natal da mãe de Jesus.
No século quinto um monge grego conduziu uma imagem da senhora de Nazaré a um mosteiro perto Mérida, ali ela permaneceu até o ano de 711 quando os cristãos foram dizimados pelos Mouros (árabes e muçulmanos). Sua imagem foi escondida em uma lapa (gruta) no penhasco que margeia a praia no oceano Atlântico, e passou a ser venerada as escondidas por cristãos, até que os reis católicos dominaram de vez a península Ibérica.
Conta uma lenda que Dom Fuas, um nobre alcaide do castelo de Mos do porto, nomeado por Dom Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal. Dom Fuas hábil caçador, passou por uma situação de apuros, ao ser desafiado pelo demônio, por ocasião de uma caçada. Um costume dos nobres, que a praticavam como esporte e lazer.
Na manhã do dia 14 de setembro do ano 1182 as terras do alcaide amanheceram cobertas por um intenso nevoeiro, o nobre caçador foi atraído por um misterioso veado, que provavelmente seria o demônio em forma de servo. Dom Fuas sem perceber bateu as matas transpondo vales e montes no seu encalço, escalou a montanha em perseguição ao animal, que se precipitou em meio ao nevoeiro sobre o despenhadeiro onde ficava a lapa com a imagem da virgem nossa Senhora de Nazaré, e que ele, Dom Fuas, tantas vezes a venerou recolhido em oração.
Ao perceber o perigo Dom Fuas invocou a proteção da virgem, seu cavalo com as patas dianteiras sobre o despenhadeiro, fincou as patas traseiras no lajeado de pedras, evitando a queda de centenas de metros sobre o precipício abaixo. Ela salvou a si e a seu cavalo.
Em seguida descendo a montanha o nobre alcaide providenciou de imediato a construção de uma capela sobre a gruta. Local que passou ser visitado por milhares de peregrinos a buscar a proteção da virgem senhora de Nazaré, o que motivou a construção do santuário consagrado a ela.
Segundo a tradição duas cavidades existentes na pedra, no local são as marcas deixadas pelas patas do cavalo de Dom Fuas. Um exemplo que nos lembra a marca da ferradura deixado no paralelepípedo do episódio ocorrido no Vale do Paraíba, quando um incrédulo fazendeiro, quis entrar a cavalo na basílica de N. S. Aparecida, nossa mãe e padroeira do Brasil.
 
Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 06/04/2015
Reeditado em 10/04/2015
Código do texto: T5196861
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