POR ENQUANTO

“Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar, que tudo era pra sempre sem saber que o pra sempre, sempre acaba” (Renato Russo). Mas nós vivemos, por acreditar, como se tudo fosse pra sempre. E quantos propósitos, ao longo da vida, confabulamos tecemos, presumindo a consecução. Os amores, o casamento, as amizades, o emprego, a saúde, a condição financeira, dentre muitas outras coisas, inclusive as pessoas.

E a vida é assim em constante metamorfose, mudanças. Fazemos planos e o destino, numa fração de segundos, golpeia-os. Nossos planos são reduzidos á castelos de areia a mercê das ondas E agora? Agora seguindo nosso instinto infante, construímos outro. A onda desmorona-o e mais uma vez construímos outro, numa sequência sem fim. Por que as crianças nunca desistem de construir seus castelos na areia? Decerto elas acreditam que seus castelos são para sempre e que as ondas não vão derruba-los. Por isso a cada desmoronamento constroem um novo, mais aprimorado. Até que aprendem a construir seus castelos mais longe das ondas, mais sólidos. Mas mesmo assim estão á mercê das grandes ondas, inesperadas e infortunas.

Assim somos nós, no que concerne a planos, meros construtores de castelos de areia. E que o sentimento ‘“que tudo é para sempre” nunca morra em nossos corações, para não perdermos, a cada desmoronamento, o incitamento de recomeçar.

Simone Caixeta
Enviado por Simone Caixeta em 26/03/2015
Reeditado em 06/01/2016
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