HISTÓRIAS ESQUISITAS (COUTO MAGALHÃES)
 
José Vieira do Couto Magalhães foi um militar, empresário e político mineiro do século XIX. Foi Presidente da Províncias de Goiás, do Mato Grosso durante a Guerra do Paraguai (1860-1865) e do Pará. Quando foi presidente de Goiás visitou um lugar que chamou de Leopoldina, atual Cidade de Aruanã no Rio Araguaia. Teve a ideia, dentre outras, de instalar nesse Rio a navegação a vapor desse ponto até Belém do Pará. Só que o rio tinha intransponíveis cachoeiras e corredeiras. Por isso a navegação seria feita por meio de três vapores, cada um nos intervalos entre as fluviais turbulências. O problema era o intervalo de Aruanã: como levar até ali um imenso vapor? No Rio de Janeiro aquiriu o vapor, ele foi conduzido até Buenos Aires, subiu o Rio Paraná, pepois seguiu pelo Rio Paraguai, pegou o Rio São Lourenço no Mato Grosso até onde ele era navegável. Aí o imenso vapor foi desmontado, peça por peça. As peças foram colocadas num monte de carros de boi, e o cortejo seguiu pelo cerrado sem estradas até o Rio Araguaia. Onde o navio foi remontado.A navegação do rio foi instalada por meio de uma companhia de navegação, e perdurou por umas duas décadas. O capitalismo no seu momento de aventura pode não fazer grandes obras, mas faz obras concebíveis somente por licença poética.
Assistam o filme "Fitzcarraldo" de Werner Herzog e vocês terão a versão titânica desse tipo de desvario.