"Vai solidão. Vem amor."

Ignorada. Largada. Rejeitada. Invisível.

Tantas vezes deixada assim esperando mais, querendo mais de uma caminhada compartilhada, masque não quiseram compartilhá-la comigo. Sozinha novamente, mas sempre na esperança de encontrar o tal do grande amor. Não o perfeito mas o grande: que de tão grande, tão quente parece um verão sem fim mesmo nos dias de chuva.

Em cada dia uma esperança. Em cada rosto uma luz. Em cada conhecer uma chance. Em cada encontro uma possibilidade. E dentro do peito um coração pulsante, cada vez mais sedento de tal afeto, de tal calor.

Na lanchonete um sorriso, dois. Um olhar cruzado. De repente, um boa tarde, e esse boa tarde que veio cruzando o lugar sorrindo tem um nome, e é lindo e quer sentar pra conversar. Será que é dessa vez?!

Não foi. Sozinha outra vez.

Depois de um filme ou dois. Uma prece ou duas, só me resta ir pra cama dormir, esperando que pela manhã esse sentimento tenha ido embora.

"Vai solidão. Vem amor." Repetindo isso em minha mente adormeço.

Agora é manhã e eu desperto com raios de sol pela janela, um calor a me envolver e, juro que se a música mais gostosa de todas tivesse um cheiro seria o perfume que agora o quarto parecia ter.

Mas o que aconteceu para ontem ser frio e escuro e hoje claro e aquecido?

Me viro pro outro lado e ao tocar tua mão e olhar para o seu rosto ainda sonolento, preguiçoso e alegre, sei a resposta. Todo aquele pensamento de anos atrás se vão, e eu me lembro de que isso já passou. Não há mais escuro, agora o quarto está claro por inteiro. Não há mais frio, agora é calor de verão e no inverno é quente também. Quente de amor. Quente de luz. Quente de sorrisos, risadas, e mãos se encontrando ao rolar na cama.

A solidão se foi e agora só tenho amor.

Minha estrada enfim cruzou com a sua, no ponto de encontro estava o amor. Hoje os três são um só. E de mãos dadas nós vamos.