SÓ, UM NUMERO DE TELEFONE

Nesta manha de tres de janeiro, o primeiro sábado deste ano de 2015, fui desempenhar uma das tarefas... organizar os livros da minha pequena biblioteca! Saí olhando, examinando, pensando em selecionar o antigos que há décadas, estão ali, enfileirados... mas, meus olhos pescaram " EU E OUTROS ARRECIFES" do muito querido amigo, contemporâneo de Faculdade, nosso, sempre saudoso, Luiz Augusto Crispim.

Com " Eu e outros arrecifes" nas mãos, sai para varanda e na rede que preguiçosamente me espera, deixo-me ficar e, vou relendo mais uma vez, as Cronicas, escritas, por este talentoso e querido amigo, batendo, neste instante, lembranças do tempo de estudante, inclusive no de 1968, quando pelas ruas da nossa cidade saiamos em passeata o Hino Nacional cantando, em protestos contra a Edição do AI-5...depois de virar a pagina dessas lembranças que, vivem aqui, comigo guardas no coração e as vezes passeando pelo jardins dessa minha alma, que, não envelhece, porque, simplesmente, é eterna... E, então volto a realidade. E, leio com alegria renovada, segundo Carlos Romero, atesta que " Luiz, Augusto Crispim, sabe flagrar o trágico e o cmico da vida. Um cronista, sério sem ser solene" no que concordo plenamente.

Eis, que ali na rede estendida na varanda, entre um e outro BEM-TE-VI que timidamente se aproxima, se fazendo acompanhar de um teimoso BEIJA FLOR que todos os dias, vem pousar nas pétalas de algumas poucas rosas colorindo jarros que adornam este preferido lugarzinho, passei a ler as Cronicas, como que, sorteando as paginas, e dei de olhos com " DAS COISAS PERDIDAS ", paginas 127 e 128 e, qual não é a minha surpresa, quando entre estas paginas, encontro um pedacinho de papel com um numero de telefone, escrito com lápis tinta e, a caligrafia, indiscutivelmente, a minha...A curiosidade fica a flor da pele. Volto as primeiras paginas do Livro e vejo a data da Edição, 2006, estamos, no comecinho de 2015, portando estamos há nove anos passados, e o numero daquele telefone, ali, apenas, um número, sem nome de ninguém...depois de tanto tempo, para mim, aquele número, era um ilustre desconhecido...

Mas, a curiosidade, leva-me a uma pequisa, digitando o numero ali anotado e, a resposta vinha fria na voz do lado da linha dizia " Este numero, não existe" e assim, lembrando-me da tal "portabilidade", passei a digitar o número usando todos os ships, até que, depois de duas horas e 18 minutos, ouço chamar e uma voz do outro lado...

- " Quem fala, quer falar com quem..." uma voz de mulher, que disse apenas... "Clara" Eu me identifiquei. Mas, lembrei que entre minhas amigas, e demais pessoas conhecidas, não lembrava de nenhuma Clara.

Enquanto escrevo estas linhas, lembro-me, dos meus mais antigos aparelhos de telefone que estão hospedados em algum fundo de gaveta.. vou procura=los, recarrega-los e em seguida conferir os numeros ali naquele pedacinho de papel escrito... e se me conheço, juro que não desistirei, assim tão fácil... e este, não será, garanto, só mais um numero de telefone...

Josenete Dantas
Enviado por Josenete Dantas em 03/01/2015
Reeditado em 13/01/2015
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