CHAVE-MESTRA
Geraldo e Léo caminhavam a passos lentos pelo calçadão, falando sobre tudo e nada. O entardecer estava agradável. O céu estava levemente rosado, resultado dos últimos raios do sol quente que atuara durante todo aquele dia e naquele instante, vagarosamente, saía de cena. Eles eram amigos de infância e já tinham compartilhado muitos segredos, dividido brinquedos e trocado figurinhas.
Animadamente, Léo perguntou:
- Gostaria de sair com a Marcela, aquela moça lá da loja? Falei de você pra ela e agora ela tá afim de te conhecer.
- Sério? Diz pra ela que não vai dar.
- Ah, cara! Ainda não esqueceu a Júlia?
- É que meu coração está fechado... Não consigo deixar de pensar nela.
- Então, esqueça. Abra essa porta!
- Não dá, ela levou a chave consigo.
Léo balançou a cabeça negativamente e prosseguiu a caminhada vagarosa e despreocupada, ao lado de seu velho amigo.