Contos de fadas e filmes de terror
Esse episódio da campanha eleitoral,
foi transmitida de um curral
e para prender a atenção da boiada,
o veterinário era um visionário
ou ilusionista, oportunista,
um desses alquimistas,
que transformam fezes em adubo,
mas aquela bosta fedia,
quando Luzia sentiu dores do parto
e o veterinário virou médico parteiro,
pois se chamassem um obstetra,
ninguém entenderia
e chamariam o porteiro do curral,
que se chamava Juvenal, o mascate,
que tranquilamente mascava o seu fumo
e quando todos foram convocados
para comparecerem à sua zona eleitoral,
o prostíbulo local lotou,
mas as “moças” foram proibidas de cobrar
e quem gozou, gozou,
mas só naquele dia,
porque nasceu o filho da Luzia,
também num estábulo,
mas sem direito a Mandamentos Novos
ou até a uma simples cartilha
e sobre a Queda da Bastilha,
o Sebastião de nada sabia
e ficou também sem a boiada,
pois parte da manada partiu
e a outra parte foi para o corte,
para a sorte do touro reprodutor.
O doutor de animal sumiu,
o apresentador também partiu,
o algodão doce de tão leve voou
e o sonho também esvaziou.
Mas não se preocupem,
pois os farsantes são mutantes
e aqueles mesmos que você conheceu
ou conhecia,
no norte, nordeste, leste, oeste,
sudeste, sul, centro-oeste
e onde mais houver gado,
haverá essa praga, essa peste,
pois nós somos a “pátria amada gentil”.
E as promessas, você ouviu?
E viu se alguém as cumpriu?
Quem disse que o leite derramado
não pode ser derramado de novo,
assim como nunca conheci uma galinha
que só pusesse um ovo.
Vou abrir a minha porta
para o vício sair
e fechar a mesma porta
para o vírus não entrar.
A-BRA-CA-DA-BRA.