VÍTIMAS ALGOZES II

A pior escravidão imposta é a aquela que se sustenta na ilusão da liberdade. "Vítimas Algozes" de fato a merecem, ambas, a escravidão e a ilusão, em minha opinião, como foi ontem, é hoje e será amanhã, por muito tempo, incontável tempo ainda. Se permitires os detentores do grande capital que o excluído eleve sua condição, quem esfregará o chão, perderia ele a subserviência, quem por escolha fará serviços menores, nem todos podem ser doutores, porém, todos por certo o gostariam de ser, o exemplo é "Chulo" sem dúvida, pois, a questão pode ser abrangida por prismas bem mais profundos de sociologia e antropologia até, mas, a descrença provém dessa simples máxima, o ser humano é cruel e egoísta, divide as sobras, nunca o que tem... para "os muitos" a felicidade será efêmera, um cisco breve de bem estar doado como esmola, e preso a este grilhão se mantém a servidão. Diz que Aristóteles utilizava-se da definição clássica de política como um assunto específico "A ciência da felicidade humana", e que esta felicidade, se consagraria de certa forma na maneira de viver, no ambiente que transita o homem, na forma, costumes e nas instituições adotadas pela comunidade à qual pertence. Digo então, deturpe-se o conceito, acolhendo-se aéticos valores como naturais, valendo-se da disponível imposição pelo poder manipulador, irrigueis o solo fértil com a chuva do verbo que lava sutilmente a consciência desprovida, semeie-se migalhas e assim, chegará ao modelo desta instituição que corrompe a comunidade entorpecida. O bem conduzir a si em meio a coletividade é natural, o desvio que se toma no curso é por força da força que se obtém no manuseio da regra... Obviamente o extremo é exceção e existe o mal e o maldoso, porém, me nego a acreditar que todos estes que aí estão exercendo de forma ordinária e infame o poder que obtiveram ou lhes foi outorgado, tenham estes, sidos preparados para serem escroques corruptíveis, é possível que até o mais deplorável usurpador do direito coletivo por ganância individual, possa ter tido bons exemplos, mas sucumbiu diante da verdadeira força do poder que corrompe. “Seja quem for, tanto Dilma ou Aécio, o que se precisa é uma ‘MUDANÇA” de modelo... O país parou, talvez para todos aqueles que obtiveram estabilidade proveniente de seus méritos a capacitação através de concurso público ou por nomeação, seja uma realidade não tão bem observada, como para todo aquele que em uma ponta é detentor do grande capital, das grandes fortunas e especula em oportunidades... mantendo-se achatado no centro dessa pirâmide brasileiros endividados... nunca se arrecadou tanto e nunca se extorquiu tanto das pequenas empresas que experimentavam o sabor do crescimento lento mais constante, e que são as grandes geradoras de empregos no país, a oportunidade que se está criando timidamente para os excluídos que é a outra ponta nesse cabo de guerra, origina-se desses pequenos empreendedores, mas é um poço com fundo raso, bem raso por sinal. Entenda-se, não sou e nem se deve ser contra ao assistencialismo, ele é salutar e necessário por razões humanitárias, muito mais que sociais até, a questão é que se faz de maneira a tirar de quem pouco tem e buscava por capacidade e empenho ter um melhor futuro, e não onde de fato deveria ser o foco que são aqueles que a muito tem muito, seja pessoal, privado ou público, o topo da pirâmide é intocável por financiar a gestão que se estabelece e por conveniência daquilo que se recebe em troca... simples assim, quando o poço secar que é o meio da pirâmide, ela despenca e achatará mais os que perderão a assistência, pois, o erro está não em assistir, e sim, no elemento assistente, os ricos se manterão ainda mais ricos, os que nada tinham e que pensam estar tendo algo, voltaram a nada ter e os que buscaram ter algo, terão menos ainda... me dirão por certo que estão através de incentivos criando uma geração mais estudada e capacitada para buscar espaço, sim, é verdade, desconte disso o nível de ensino oferecido e some-se a falta de crescimento do país para absorver toda essa oferta de profissionais, teremos uma triste desproporção. Finalizando, apenas para que fique claro e não se interprete erroneamente a colocação principal embasada no citado filósofo, a conclusão que é pessoal e exponho, se refere a crescimento solidário e igualitário, gradativo e solidificado, o aético é vender a ilusão aos excluídos que galgarão um melhor estágio de vida sem criar os meios de sustentação para quem já ocupava esse estágio, a muito custo, serão mantidos em condições mínimas e sem um horizonte para onde mirar, pois, este se faz escuro, sombrio e sem perspectivas em um país sem crescimento.