Minha Pátria - Releitura
Minha Pátria.
Trago guardado, em minha memória, a alegria trazida pelo feriado de sete de setembro.
Independência do Brasil!
Desfile militar.
Em minha infância, esta era uma data festiva que deveria ser comemorada.
Meu avô, um velho português, transformara esta data em um evento imperdível! Que fazia a alegria e o orgulho de ser brasileira, brotar cedo em meu coração de criança.
Não podíamos perder a Parada de Sete de Setembro na Avenida Presidente Vargas, o Rio de Janeiro era, na época, a capital do país. Aplaudíamos o Presidente da República que, ao desfilar em carro aberto, acenava para todos. Em seguida, passava a Polícia Militar, Aeronáutica e Marinha. Com garbo desfilavam os Fuzileiros Navais, os Dragões da Independência em seus belos cavalos brancos, Colégio Militar, Agulhas Negras com seus galantes cadetes, os ex-pracinhas que haviam lutado na segunda guerra, e finalmente o armamento bélico e as aeronaves.
Como não havia arquibancada, meu avô alugava, com os moleques que aproveitavam a ocasião para ganhar algum trocado, caixotes onde eu subia e ficava exultante, tremulando com orgulho minha bandeirinha de papel, símbolo de minha pátria.
Ainda hoje, mesmo com as decepções e desencantos por ver tantos brasileiros desonrarem este símbolo, com desonestidade e falcatruas, sinto que minha bandeira permanece integra em meu coração.
Agradeço a meu avô que, a seu jeito, ensinou-me a amar o Brasil e a acreditar em meu povo.
Lisyt
(...)Pátria minha... A minha pátria não é florão, nem ostenta
Lábaro não; a minha pátria é desolação
De caminhos, a minha pátria é terra sedenta
E praia branca; a minha pátria é o grande rio secular
Que bebe nuvem, come terra
E urina mar.(..)
(...)Não te direi o nome, pátria minha
Teu nome é pátria amada, é patriazinha
Não rima com mãe gentil
Vives em mim como uma filha, que és
Uma ilha de ternura: a Ilha
Brasil, talvez.(...)
( "Pátria Minha" Vinícius de Moraes)
Lisyt