Terremoto

A cidade está ameaçando chorar e o vento bagunça as frases prontas que guardei. Nossos desencontros são silenciosamente dolorosos e acontecem com mais frequência que imaginei. Então, pode fazer o favor de atrasar cinco minutos para que meu olhar cruze com o seu ou está muito difícil?

Acontece que eu não quero mais proporcionar os momentos, quero que aconteçam por obra do acaso e esse vem brincando comigo, vem dizendo não sempre que espero, tirando esta minha paz. Paz que levou anos pra conquistar e já venho me esquecendo como é.

E tudo se abala quando você chega, quando você vai e até mesmo quando não existe você. O problema disso é a fragilidade do meu castelo de emoções de papel no momento em que seu tsunami vem, eu não sou forte o suficiente pra aguentar e, quando você passa, é meu dever juntar as castas, secá-las e reorganizá-las.

Apesar de tudo, essa pertubação é que me deixa viva e você, meu terremoto, é quem faz valer a pena.

Ana Eduarda
Enviado por Ana Eduarda em 26/08/2014
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