Se lembraram do palácio

          1. Em um rápido comentário, publicado recentemente neste meu site, manifestei-me, indignado, sobre o estado de total abandono em que se encontra o Palácio Arquiepiscopal de Salvador, no coração do Centro Histórico da capital baiana.
          2. No meu modesto comentário, deixei bem claro que se não fossem adotadas sérias e imediatas medidas visando sua restauração, o centenário palácio ruiria.  Viraria mais uma ruína histórica a cobrir de vergonha a gloriosa Salvador de tão belas e respeitadas tradições.
          3. Os jornalistas que o visitaram nos últimos dias descreveram-no como um palácio fantasma que hospeda "insetos estranhos, teias de aranha, restos de pombos e cacos de vidro espalhados pelo chão." E que, "abandonado, virou abrigo de moradores de rua."
          4. Um palácio de 1715, portanto, do tempo dos jesuítas, que, até 1933, foi a morada dos bispos e arcebispos de Salvador e a sede da administração da Mitra soteropolitana durante décadas.
          5. A Arquidiocese, finalmente, voltou seus olhos para o Palácio da Sé. Pretende transformá-lo no primeiro Centro Histórico da Igreja Católica do Brasil. "Isso porque aqui na Bahia - onde os primeiros jesuítas do país se instalaram, em 1502 - está o mais rico acervo sobre a Igreja na América Latina", conclui a reportagem do jornal Correio, de Salvador.
          6. A restauração conta com o valioso apoio de Dom Murilo Krieger, Arcebispo de São Salvador e primaz do Brasil, um prelado culto e interessado pelas coisas da Bahia, até daquelas que não estão diretamente ligadas à arquidiocese, mas que fazem a história da Bahia. E ele é catarinense.
          7. Dando o seu aval, disse o pastor: "Eu penso que o grande valor vai ser o passeio que se vai poder dar pela história da Igreja no Brasil, e falar da história da Igreja é falar da própria história do Brasil."
          8. Para finalizar, uma indagação que pode parecer inoportuna, mas não é. Eu pelo menos não a considero como tal.
          Eis a pergunta: Por que, até agora, a Santa Sé não deu à Bahia o seu cardeal? Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger será, com certeza, um excelente conselheiro do Papa Francisco no seu discreto trabalho, porém, corajoso, de derrubar a velha e viciada Cúria Romana.
Felipe Jucá
Enviado por Felipe Jucá em 05/08/2014
Reeditado em 07/08/2014
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