DE HOMENS SENSÍVEIS E NEM TANTO
Nós, homens, carregamos dores, muitas vezes, não verbalizadas.
Pequenos e grandes sofrimentos, mágoas, medos e dúvidas que permanecem encarcerados na vivência interior.
Provavelmente, porque o homem introjetou a ideia de que tem de ser pragmático, produtivo, forte, provedor e outras coisas que nossa cultura gravou como um selo permanente em sua psique.
Neste momento, de tanto deixar de notar o fluxo das emoções e os pequenos deslizes, aparecem os problemas físicos, o desvio para as drogas ou alcoolismo, o péssimo relacionamento pessoal e profissional.
O sintoma encobre a realidade emocional que não pode ou não quer ser manifestada.
Aproveitando-me da sabedoria de Carl Gustav Jung, ouso afirmar que o homem pouco integra as porções inconscientes de sua Anima e de sua Sombra. Explicando melhor seu lado feminino e sua zona de terrores. Foge delas. Não quer encarar sua face mais recôndita, instável, emocional,duvidosa, preferindo os desvios comportamentais.
E se alguns convivem mais harmoniosamente com aspectos mais emocionais, artísticos, receptivos logo recebem críticas presenciais ou veladas e são, de certa forma, discriminados no círculo dos “homens fortes, potentes e racionais”.
Por isso, ainda, prefiro a descoberta das razões que só o coração entende, do que um ataque fulminante a este mesmo órgão o que vai decretar, quem sabe, minha aposentadoria para a vida.