Sobre dramas adolescentes modernos

Encaro a tela por um longo tempo, as mãos repousadas no teclado, a boca entreaberta. A janela de bate-papo está aberta há meia hora. Mordo os lábios, pisco um pouco para sair do transe.

“Oi! Queria tanto te ver... vamos num barzinho, beber alguma coisa? Ou vamos andar por aí, conversar embaixo de alguma árvore...”

Apago letra por letra, pausadamente. Não é assim que se faz. Não se chama assim, de supetão, uma pessoa que não se vê há dois anos.

“Oi, tudo bem? Sou eu, aquela que morreu de amores por um instante idiota enquanto você não percebia...”

Não! Definitivamente não!

“Oi... saudades.”

Respiro fundo - vai, você consegue!. Essa coisa de escrever e apagar acaba comigo.

“Oi... sinto sua falta. Queria tanto te ver... ... vamos num barzinho, beber alguma coisa? Ou vamos andar por aí, conversar embaixo de alguma árvore. Sou eu, aquela que morreu de amores por um instante idiota enquanto você não percebia. Tudo bem?”

Engulo seco. O coração palpita.

“Oi...”

Ana Eduarda
Enviado por Ana Eduarda em 29/07/2014
Reeditado em 29/07/2014
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