Minha mãe preta

Meiga, com uma voz doce, quase infantil. Sua avançada idade não a deixou com fisionomia senil. Mas com certeza o tempo cobra o seu preço e ela já não é tão lúcida. Mas sabe das coisas. Sabe o nome de cada um dos seus seis filhos. Sente a falta de cada um deles. Astuta, arma esquemas que alguns nem percebem para que algum sumido apareça quando quer dele saber. Ela é bonita, pele lisinha, poucas rugas, que só aparecem mesmo quando franze a fisionomia, num momento de irritação ou mesmo num momento sorriso. Os cabelos já estão grisalhos mas há pouco é que começou acinzentar a sua cabeça. Pela idade, já poderia tê-los branquinhos. Minha mãe preta, cabecinha de algodão.