Menina de poucas palavras.

Joana, menina de poucas palavras, costumava ficar em casa, e na maioria das vezes gostava de sentir-se só. Em seu quarto laranja e pequeno remoía a esperança de encontrar o amor verdadeiro. Joana sonhava com príncipes, mas odiava o fato de ter que planejar um final feliz, aliás, ela não gostava do fato de que uma hora tinha acabar.

Joana nunca amou, mas passou a gostar muitas vezes de caras diferentes e de formas diferentes, mas estranhamente ela nunca sabia qual era a diferença entre amar e gostar perdidamente de alguém. Joana se cansava de sonhar, e de acreditar que esses príncipes faziam parte de sua história. Joana muitas vezes foi magoada, iludida e usada, ela se cansava e insistia em se perguntar: '' Como alguém pode não querer amar? '' O mundo é injusto, e o amor extremamente confuso, mas Joana não entendia muito bem como tudo isso a afetava.

Joana então, em um piscar de olhos resolveu mudar, cansou de se cansar, resolveu parar de sonhar em amar, e pela primeira vez quis viver como nunca vivera antes. Ela cortou o cabelo, pediu para pintar de vermelho, fez uma tatuagem e então se entregou ao desejo de viver sua vida. Finalmente aquela menina de poucas palavras começou a dizer, resolveu então escrever sobre sua vida, e sobre o passar do amor constantemente por ela. Joana mudou de nome, cansou de ser chamada assim, quis se chamar Luz, pois gostava da ideia de iluminar o caminho e fazer da duvida um meio de iluminação.