Brasil e Croácia? Itaquerão? Nada, a boa é professores vs alunos na Parque

Brasil e Croácia? Itaquerão? Nada, a boa é professores vs alunos na Parque

Após o “Massacre do Dia 23”, quando o professor de Educação Física/Ginástica André perdeu para o professor de Redação Diogo num duelo de basquete, mais um evento esportivo agita a Escola Parque. Dessa vez, consistiu em uma partida de futsal professores vs alunos na quadra grande, também conhecida como Série A.

No time dos professores, estavam:

Sergio Cabo – goleiro

Diogo – brigando com a bola

André – da mesa de totó para a quadra

Boucinhas e Dedé – fazendo história na Séria A

Luis Guilherme – aquele que joga futsal de camisa polo

Tetê – reforço vindo diretamente da educação infantil

Primeiramente, vale ressaltar que o evento também contou com as ilustres presenças dos alunos e de professores que não entraram em campo. Destaque para o professor Antônio Carlos, conhecido no passado como “Toninho Muralha”, visto que foi um exímio arqueiro. Segundo fontes, Antônio esteve presente na primeira partida de futebol realizada no Brasil. Eis uma declaração sua durante o embate:

“Chego a me emocionar quando escuto ‘Chaves no barril, é o goleiro mais antigo do Brasil’, entendeu. Infelizmente, não jogar hoje, mas tenho um substituto à altura, entendeu”.

Sergio cabo, o arqueiro em questão, não quis saber de piada e jogou sério a partida toda. Demorava tal qual uma viagem Barra-Gávea para sair em alguns lances, mas não comprometeu. Para não levar muitos gols, ameaçou fazer exame de sangue nos alunos para uma aula de genética, visto que é professor de biologia.

Na linha, Diogo parecia não saber qual esporte estava jogando. Apesar de criado nas ruas da Fazenda Botafogo, extremo-subúrbio do Rio, aparentou nunca ter sido apresentado a uma bola de futebol. Ou de futsal, tanto faz. Porém, não atrapalhou. Nem ajudou. Perdeu um gol de cara logo no início do jogo e outro no decorrer da partida.

André parecia esgotado logo no início da duelo. Talvez isso se deva ao fato de estar acostumado com as dimensões da mesa de totó ou de botão, esportes em que atua com mais frequência. Mesmo assim, foi um líder em quadra e determinante para o resultado final do confronto. Baixinho como Romário, mas com um futebol de baixo nível técnico.

Boucinhas e Dedé, uma dupla histórica. Jogando com chuteiras emprestadas por Diogo, o primeiro foi um dos destaques. Não chegou a imprimir ao time um ritmo de Laranja Mecânica, mas foi quase uma Revolução Russa encenada. Dedé, numa trapalhada, sofreu uma lesão e saiu logo no início. Ele atribui sua rápida participação e a contusão às noites mal dormidas de quem foi pai recentemente.

Luis Guilherme foi o representante da Geografia em campo, mas, mesmo sendo um especialista em mapas, ficou perdido o jogo todo. Atuando com camisa polo e com um micro-short emprestado por André, não deu samba. Também não seria uma boa colocá-lo no gol, já que é conhecido por suas mãos pequenas. Porém, por milagre, teve uma atuação dentro da média. Após o jogo, exaurido e faminto, correu para almoçar uma coxinha.

Tetê e outro professor do infantil cujo nome não me lembro agora foram os craques do time docente. A tática era bico para a frente, de repente, eles pegam e arrumam alguma coisa. Deu certo. Tão certo que a reação começou numa penalidade máxima duvidosa marcada em cima de André. Num empurra-empurra, Antônio Belloto foi tão forte quanto a cabeça de um dinossauro que derrubou o professor de ginástica dentro da área. Mesmo com gritos da torcida por Antônio Carlos, Tetê bateu e converteu.

Bruno Jablonski, numa confissão de adolescente, mostrava-se tranquilo, pois os alunos ainda estavam em grande vantagem no placar, 8 a 4. Além disso, contavam com craques da estirpe de Riberô, tão habilidoso e bonito quanto o craque francês, Chedar, ou melhor, Chebar, e Coutinho, parente tão-tão distante do coach português Mourinho.

No entanto, 3 gols depois e o empate, 8 a 8. Minutos após, de cara para o gol, André perdeu a chance da virada para os professores, mandando a bola na trave. Inacreditável.

Minutos de tensão com o empate que se prolongava. Entretanto, o time dos professores ganhou um reforço com a saída de Diogo. Entrou um professor de educação Física da educação infantil e veio a virada. 9 a 8. Vitória dos professores. Antes de terminar, voltemos ao parágrafo imediatamente acima deste que você está lendo agora. Leia o anterior a ele também. Não precisa ser professor de matemática para ver que há um erro de cálculo.

Isso que dá colocar professor de Educação física para contar os gols.

- Tendi, diz Rogério Bianco.

Gostou do texto? Leia também: "Corrigir provas vai se tornar esporte olímpico" (http://www.recantodasletras.com.br/cronicas/4837722)