O cigarro que abafa o desespero.

Perdida em tantos pensamentos, fumava um cigarro atrás do outro.

Um cheiro forte invadia o ambiente, as pessoas se esquivavam em decorrência da fumança provocada pela tragadas profundas, firmes, constantes e repetitivas.

Ela estava sofrendo.

Nítido era o seu sofrimento.

Semblante abatido, alma contrita, abatida.

Ela precisa de ajuda.

Que pena: Não era de um cigarro que ela necessitava...

Mas as pessoas estavam com tanta pressa.

Na verdade, as pessoas sempre estão com pressa!

O terminal de passageiros estava lotado e ninguém percebia aquela pobre vida ávida por uma palavra amiga, um consolo, um conforto, uma mão que a abrigasse, um ouvido que a escutasse.

Ela estava tão só...

Restava-lhe apenas a companhia fria de um maço de cigarros e a certeza que mais tarde estaria doente em decorrência do vício, mas naquele momento, aqueles cigarros eram vitais para acudirem aquela criatura desesperada.

E assim, segue-se a rotina num terminal de passageiros...

Fátima Burégio
Enviado por Fátima Burégio em 09/06/2014
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