ERUDIÇÃO LIVRESCA

ERUDITO LIVRESCO

Quando não se conhece os números o resultado é a sorte. Um jogo de erros. Assim é verdade alheia que muitos se apropriam como próprias.

Sabem apenas que sete letras formam a palavra, mas o sentido que dão é inautêntico, desnaturado, apócrifo.

Themístio de Constantinopla, um neoplatônico independente, um quase peripatético tardio, foi um comentador de Aristóteles.

Símplicio foi outro neoplatônico comentarista de Aristóteles, buscando conciliá-lo com Platão.

São esses alguns dos sábios por erudição emprestada.

Como aqueles que conviveram sob a terra que por centenas de anos se tornou o centro do Universo estagnado.

Não que isso seja igualmente uma verdade. Existiram os eruditos naturais, contudo a fogueira lhes deu fim. A Biblioteca Alexandrina é um exemplo. Restos ainda existem.

Infelizmente esse triste quadro nos legou descendentes e dissidentes dessa raça de nômades; um atrás do outro na mesmice de seus ancestrais.

Para eles está tudo acabado e perfeito sob o Céu. Acima, a cegueira se acomoda com um Deus Salvador.

Assim gira o mundo como o Quasímodo de Victor Hugo, que fora de Notre-Dame, seria um estranho que ignoraria a si próprio.

O século reclama a primavera - renovação. Essa é a palavra de ordem aos eruditos novos.

Estêvão Zizzi
Enviado por Estêvão Zizzi em 20/05/2014
Reeditado em 20/05/2014
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