FAZER OU NÃO FAZER GREVE EIS A QUESTÃO

SER OU NÃO SER

FAZER OU NÃO FAZER GREVE ESSE ANO

EIS A QUESTÃO

Como monitora infantil da Prefeitura Municipal de Campinas há quase 17 anos , tenho participado ativamente de campanhas salariais e greves ao logo desses anos, fui representante sindical e até participei das eleições sindicais.

Este ano resolvi fazer uma avaliação do saldo dessas experiências ao longo desses anos.

Ano a após ano vejo a liderança sindical gritar ao microfone nossas reivindicações, nossas perdas salariais, nossa falta de recursos para trabalhar, vejo a comissão de negociação subir para reuniões com o prefeito e descer sem nada que seja realmente significativo para o servidor.

Nesses 17 anos venho somando perdas e perdas no meu salário e na minha prática profissional.

São dias e dias parados, fazendo passeatas, buscando conscientizar a população que a greve que fazemos não é contra eles e sim para que o serviço público o qual eles necessitam sejam de qualidade, que nossos salários sejam suficientes para nos sustentar, para que acabe a corrupção no setor público.

Porém o saldo dessas greves não tem sido positivo, sempre que se encerra uma greve saio dela com a sensação de perda, com o sentimento de ter sido usada para que Partidos Políticos ganhem acordos com o governo , que Partidos da oposição ganhem espaço e destaque político.

Sinto que o servidor público, aquele que trabalha na ponta atendendo diretamente a população,tem sido usados nesse período, como massa de manobra político partidária tanto pelo sindicato como pela oposição.

Na última assembleia ,15 de maio de 2014, vi as pessoas de sempre pegarem o microfone para gritar seus ideias , vi as mesmas pessoas fazendo o mesmo jogo político, vi o mesmo sindicato usando o microfone antidemocraticamente , vi ser chamado um ESTADO DE GREVE E UMA REJEIÇÃO A PROPOSTA DO GOVERNO..

Fico pensando que se tudo está igual provavelmente o resultado também será igual.

Próxima assembleia está marcada para dia 22 de maio após outra mesa de negociação e se eu estiver fazendo a leitura correta , essa mesa de negociação (poderia chamar de mesa de enrolação)não vai avançar, o governo vai alegar que não pode dar aumento ,que pautas específicas serão estudadas ao longo do ano, Sem avanços entraremos em greve, depois claro de respeitar todo o protocolo e leis , ou seja no finalzinho do mês,

Segue-se passeatas, fechamento de ruas , transtornos para a população, que em sua maioria não entende que é para melhoria do serviço público, Segue-se trocas de farpas entre sindicato e oposição.

Depois de dias parados a Prefeitura encerra as negociações, manda para o judiciário e saímos da greve com as migalhas que o governo que nos conceder e ainda tendo que repor os dias parados , o que faz com que nossa chefia imediata use isso para "tampar os buracos " da falta de profissional em nossos setores.

Com o Sindicato fazendo o discurso furado que não houve acordo interno com a Prefeitura , que as acusações de que o sindicato está comendo na mão do governo é injusto , mesmo todos os servidores sabendo que o coordenador pode sair candidato a deputado pelo partido do governo , que o Sindicato quem faz é o servidor.

Com a oposição marcando seu território de luta.

Depois de avaliar tudo isso fico pensando se devo PARTICIPAR OU NÃO DESSE CIRCO.

Se realmente

PARTICIPAR É NÃO DESISTIR DA LUTA JAMAIS

ou se

NÃO PARTICIPAR É SE NEGAR A FAZER OUTRA VEZ PAPEL DE IDIOTA E DEIXAR DE SER MASSA DE MANOBRA POLÍTICA.

QUERO UM SINDICATO LIVRE, COM IDEAIS POLÍTICOS , QUE LUTE PELO SERVIDOR E NÃO PESSOAS QUE USAM OU QUE QUEIRAM USAR NOSSO SINDICATO COMO PALANQUE PARTIDÁRIO.

Cristina Cassão.