PRINCESA DO SOLIMÕES

Fanático por futebol e pelo Flamengo, o mais querido, sou um entusiasta da Copa do Brasil, torneio que ainda nos permite ver clubes de todas as regiões do Brasil, coisa que o Campeonato Brasileiro está tolhendo. Nesta edição de 2014 encantei-me com o nome de um time do Amazonas que enfrentou e foi eliminado pelo Santos: o Princesa do Solimões. Xô europeização. Que charmoso nome!

Lá fui eu à cata de informações no Wikipedia. O clube foi fundado em 1971 por dois abnegados fãs de futebol e é da cidade de Manacapuru, município há menos de 100 km de Manaus, com cerca de 90 mil moradores, localizado à margem esquerda do rio Solimões. Talvez essas informações pareçam supérfluas para quem é da região, mas a mim pareceu interessante digitá-las para situar quem não é de lá e nem está habituado com a cultura futebolística, digamos assim.

Em dois jogos contra o Santos, o time de nome poético foi eliminado da Copa do Brasil pelos placares de 2 X 1 em Manaus (08/05/2014, dia da morte do cantor Jair Rodrigues, torcedor fanático do Santos) e 4 X 2 na Vila Belmiro, ontem, 15/05/2014. Que pena! Prevaleceu o abismo técnico que separava as equipes. Avançou o grande.

Acabou assim a aventura do time de nome charmoso, poético e de uma camisa bonita onde predomina a cor vermelha. Fim da aventura copabrasilística do goleiro Rascifran (de onde esse nome?), do glorioso lateral Deurick, do atacante Marinelson, de Michel Parintins e de Edinho Canutama, ambos carregando outra tradição de jogadores do norte: ter seus municípios apostos aos nomes, não sei se pelas enormes distâncias, ou se por algum amor arraigado, mas eles sempre estão. Recordo-me ainda de dois paraenses, o zagueiro Chico Monte Alegre, que chegou a jogar pelo Sport e o Lateral Mário Vigia, ex-Remo.

Resta continuar vendo a Copa do Brasil, agora sem o charmoso Princesa do Solimões. E dar parabéns aos fundadores do clube pela felicidade na escolha desse belo nome. Roberto Vilar homenageou Açailândia, “princesinha do Maranhão”; provavelmente alguém já homenageou ou homenageará Manacapuru, “princesinha do Solimões”.