Opinião: Armas, não !

O provérbio latino: “Si vis pacem, para bellum” (Se queres paz, prepara a guerra) era aceito como verdade absoluta no império romano. Atualmente, no início do terceiro milênio, ainda há homens que usam a força para conquistar o que não lhes pertence. É a Lei de Justiça sendo sobrepujada pela lei da força.

Frequentemente, criam-se justificativas para possuir-se ou portar-se arma de fogo:

“Como defender nosso patrimônio e nossa família, se as instituições públicas são ineficazes e ineficientes?” “Onde está o direito do cidadão de defender-se?”

As questões podem estar corretamente formuladas, o raciocínio é que está equivocado. Armas de fogo não são objetos somente de defesa, são também instrumentos de ataque e de violência.

Não se raciocina que, nos casos de roubos ou assaltos, o cidadão comum na maioria dos casos levará a pior. Poderá ser assaltado ou agredido, com ou sem arma. As possibilidades de alguém reagir e levar a melhor serão sempre mínimas, contra quem não tem nada a perder. A vida, para indivíduos de má índole, nada vale.

Será, então, que vale a pena, em troca de valores materiais, colocar em risco esse bem inalienável que é a nossa vida?

Arma nunca trouxe garantia para ninguém, somente destruição, sofrimento, dor e morte.

A preocupação com a segurança, sem dúvida, é muito importante. Muitas pessoas recorrem a formas um tanto seguras, como cercas de ferro, guardas, vigias, circuitos eletrônicos e outros meios pacíficos, onerando seus orçamentos.

Há, infelizmente, interesses financeiros das poderosas empresas bélicas que têm necessidade de continuar aumentando a produção de armas. Não importando se produz o bem ou o mal, prevalece o lucro a qualquer preço.

Ao homem foi dado o livre-arbítrio e a liberdade de consciência. Espera-se que o homem entenda que a lei dos homens é falha, sofre mudanças, evolui, e às vezes retrocede, e que somente as Leis Divinas são perfeitas e imutáveis.

Cidadãos simples e sinceros que por imposição do trabalho usavam armas, afirmam que havia a sensação do poder nas mãos e mudaram seus pontos de vista com relação ao uso ou posse de arma de fogo.

Alguns com a maturidade e experiências reais, outros com a conscientização e a reflexão das realidades observadas estão convictos dessas verdades.

Somente os mais espiritualizados têm a percepção clara dos ensinamentos de paz propostos pelo Divino Mestre e procuram seguir o seu caminho de luz.

Defendemos o direito à vida acima de tudo. Pensemos e reflitamos a respeito destas questões e usemos a razão, o bom senso, o coração e quando tivermos oportunidade façamos a nossa opção:

“Armas, não! Violência, não! Mais mortes, não!... Vida, sim!”

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(Extraído do livro “Concerto Divino”, de W. F. Aquino)