O cavalheiro e a lua do meu sertão

A lua navegava céu acima.Era aquela lua prateada, quase branca que, lá no céu do meu sertão sempre aparece. Era uma noite de lua, dessas tão claras que, de longe, tudo se via.E, no meu velho sertão, naquela noite clara de luar, nuvem alguma se atrevia pelo céu passear... A noite inteira, é da Princesa Jaci, pelo céu a desfilar, bela e, soberana como uma Rainha.

A minha frente, a Serra se desenha imponente e, diga-se de passagem, desde menina, as Serras me encantavam. As vezes, dependendo da distancia do meu olhar castanho, a minha Serra parecia azul e, do lado esquerdo do meu peito anida hoje acalento aquela bela paisagem.

A lua, na direção da Serra andava, sempre acompanhada de uma estrela, das mais brilhantes que, naquela noite de luar no céu havia. E a Princesa Jaci, por aquela reluzente estrela, era escoltada, por todo seu lento e belo caminhar. Engraçado, é que a lua nascia por traz de uma outra serra, tão bonita quanto, só menos mais bel e impoluta. Mas, sempre adormecia junto cabeceira da soberba Serra do meu encanto.

E lua de prata do meu sertão antes de fazer sua rotineira travessia pelo céu do meu mundo, o seu lento passear noturno, parece que tinha ima e atraia meus olhos castanhos para aquela velha querida estrada de barro que serpenteando entre roçados, lavouras e alguns antigos coqueiros E a estrada, vai se estendendo a minha frente, até onde a vista alcança...

E a estreita estrada de barro pela luz da lua vai assim, iluminada e, pelas curvas do caminho de terra batida, no seu andar preguiçoso, quase parado, aos meus olhos, parecia. O silencio, invade aquela noite de luar do meu sertão, o canto dos passarinhos e, os silvos das cigarras, substituídos são, pela cantar dos grilos. E longe, não muito longe, alguém assobia e, a estrada parece, que a minha frente escorria...

Assim, a quase menina ali, fascinada pela luz da lua, entre o céu, estrelas, nuvens ralas e serras, fica quieta, calada, parada como se fora uma estatua, apoiada na cancela da porteira da Casa Grande.E, sem saber de onde vem, de repente percebe um belo cavalo castanho dourado e de prata arreado. Um barulho conhecido aos seus ouvidos chega...é o tropel cadenciado daquele belo cavalo de um acastanhado dourado. Um cavalheiro montado vem povoar o seu sonha de adolescente. E, pela vida afora, na sua lembranças, até hoje permanece aquela imagem, por muitas noites de luar, iguais aquela tão linda,

E a lua do meu sertão, em uma noite assim tão bela, igual a esta, hoje, depois de trinta anos, aquele o sonho adormeceu... e outros, nas noites belas de luar do meu sertão, além de suas Serras, despertaram, na alma desta mulher, sertaneja.

Josenete Dantas
Enviado por Josenete Dantas em 22/04/2014
Reeditado em 02/12/2014
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